Bolsonaro tira Amazonas do mapa do Brasil

Um chute no saco de esperanças do povo do Amazonas acaba de ser dado pelo Governo Federal, em duas medidas mortais para o crescimento econômico do estado. A primeira bofetada foi dada no intestino da SUFRAMA, organismo que parecia ter a proteção e o carinho federal, diante da presença do coronel Menezes, amigo do peito do Presidente, desde viagens a churrasco no fundo quintal, com a retirada de parcela significativa do orçamento da Instituição, que ficou a pão e água, com moedas apenas para pagar servidores, água, luz, limpeza e segurança do prédio e viagens e diárias necessárias.

A outra cacetada foi a omissão de qualquer centavo, no orçamento do próximo ano, conforme documento enviado para aprovação no Congresso Nacional, para a pavimentação do trecho do meio da BR-319, promessa do próprio presidente e seus ministros, anunciada ao longo do ano e não apenas no mês de abril que tem seu primeiro dia como a data oficial da mentira.

Deputados da bancada de apoio ao Governo esgrimam desculpas em favor do chefe que, como parece não ter sentido a dor da facada física que sofreu na campanha, insiste em desferir facadas sociais no povo do Amazonas, estado rico em água, minérios, floresta e fauna, mas proibido de tudo em nome de arranjos internacionais, mantendo um povo pobre e sem expectativas, na linha de falsas promessas e nenhum compromisso responsável.

Se o presidente pode se tratar da última sequela da facada da campanha, usando o aparato institucional, pagando não apenas os mais famosos médicos, mas um andar inteiro de um luxuoso e caríssimo hospital, durante 10 dias, não resta ao Amazonas, além do grito de socorro como unidade federativa, reagir com independência e garimpar suas riquezas, proibidas e intocáveis, em nome da sobrevivência e do tratamento da agressão pela omissão.

Sobre a Zona Franca não há mais comentários: um ministro, Paulo Guedes, que se diz todo poderoso – é bom lembrar que Palloci e Zé Dirceu também o foram- tem uma faca afiada, cortando pedaço por pedaço, os incentivos constitucionais, diluindo as vantagens comparativas com a abertura tributária, ou seja, abrindo a janela de incentivos para todos, deixando o Amazonas, antes de 1967, quando a ditadura militar implantou a Zona Franca de Manaus, mais pobre e morando longe, dançando com os pés descalços o hino da miséria “porto de lenha”, que dois artistas locais criaram, ouvindo o apito dos vapores, queimando a lenha da floresta no leito dos rios.

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