A maquiagem apodrecida do prefeito falastrão

A garganta profunda do prefeito Artur Neto que, goela abaixo, emite retórica tão abstrata quanto inerte na comparação com suas responsabilidades omissas na cidade de Manaus, cresceram e apareceram, no discurso que fez, na carona do misticismo da Amazônia, na ONU, no mínimo relembrando seu tempo da carreira diplomática que abdicou para ser político.

Enquanto Artur Neto gesticulava dando ritmo às suas palavras sob encomenda, a cidade de Manaus, que lhe paga para trabalhar, desaparecia debaixo d água de uma chuva de poucas horas, graças aos bueiros destampados, igarapés poluídos e abandonados, ruas com lixo aparente e nem uma proteção real ao cidadão.

O resultado foi grotesco: o prefeito chamou seu exército de comunicadores para quem já pagou, em menos de 7 anos, mais de 500 milhões de reais, para dizer que vai apoiar os sofridos da chuva e buscar alternativas de moradia.

Isso, 7 anos depois de assumir sua gestão, e sair, vestido de gari do Teatro Amazonas, nem por acaso debaixo de chuva, anunciando que iria pessoalmente desentupir os igarapés, dedo em riste ao prefeito que saia. Para dizer a verdade, na primeira esquina, trocou de roupa e de carro e foi para casa saborear a vitória com iguarias e um bom vinho para acabar com o frio.

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