A décima edição do Festival Amazonas Jazz, que ocorre de 21 a 29 de março, em Manaus, oferecerá mais de 20 opções de palestras, masterclasses e workshops gratuitos voltados a profissionais e estudantes das áreas de música, dança, cenografia, comunicação, produção cultural, entre outras. Os interessados poderão se inscrever a partir do dia 20 de janeiro no site do evento (www.festivalamazonasjazz.com.br).
Com a programação acadêmica, o evento realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, busca ampliar seu alcance e potencialidades econômicas, contribuindo para o aprimoramento técnico de diversos segmentos profissionais da cultura, conforme explica o secretário Marcos Apolo Muniz.
“Desde a primeira edição, o Amazonas Jazz vem se pautando pela excelência da programação. Se por um lado o evento passou a atrair uma plateia ávida por espetáculos de jazz até então nunca apresentados com tal dinamismo no Amazonas, por outro, colaborou para a formação de estudantes de música, operadores de áudio, técnicos em manutenção e reparo de instrumentos musicais, entre outros ofícios da área”, afirma.
As atividades pedagógicas têm vagas limitadas e serão realizadas no Centro Cultural Palácio da Justiça, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, 901, Centro; no Teatro da Instalação, localizado na rua Frei José dos Inocentes, no Centro; e na Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (ESAT/UEA), na avenida Leonardo Malcher, 1728, Praça 14 de Janeiro.
Palestrantes
Entre os profissionais que ministrarão os workshops, palestras e masterclasses estão nomes de destaque do cenário global da música, como o compositor e instrumentista norte-americano Ed Sarath, fundador do departamento de jazz da Universidade de Michigan, bem como do Programa de Improvisação e Estudos Contemplativos. O artista fará uma palestra sobre a improvisação como elemento estruturante na elaboração do discurso musical dentro do idioma jazzístico, tema abordado em um de seus livros, o “Music Theory Through Improvisation”.
O virtuoso do trombone e arranjador norte-americano John Fedchock também figura na grade acadêmica do festival. Com duas indicações ao Grammy e uma carreira de sucesso que se estende por mais de três décadas como um dos principais artistas de jazz de Nova York, ele integrou por muito tempo a lendária Woody Herman Big Band, da qual era o arranjador e principal solista. Fedchock ministrará uma masterclass com tópicos sobre interpretação do trombone no jazz.
O público ainda poderá participar de uma masterclass sobre Latin Jazz apresentada pelos integrantes do Triumvirate, um grupo de música latina liderado pelo porto-riquenho Edsel Gomez, cujo nome já foi indicado ao Grammy. O baterista do grupo, Robby Ameen, também é considerado um dos principais nomes do gênero, autor de um clássico do estudo da rítmica afro-cubana aplicada à bateria, intitulado “Funkifying the Clave”.
Já entre os representantes nacionais, está o instrumentista, compositor e pesquisador paulista Marcelo Coelho, que fará uma palestra sobre Economia Criativa, destacando os subsídios para uma ação estratégica no campo artístico perante os desafios lançados pela nova economia.
Residente em Nova York, o músico Mauricio Zottarelli, um dos bateristas brasileiros mais atuantes no mundo e eleito pelo “The Best Jazz Of 2016”, na lista “The 38th Annual Jazz Station”, como um dos melhores bateristas em atividade no momento, ministrará um workshop sobre o uso da rítmica brasileira no idioma jazzístico contemporâneo.
O engenheiro de gravação e áudio Clément Zular, um dos grandes nomes do áudio nacional, também é um dos destaques da programação, com um workshop sobre captação de áudio para transmissões audiovisuais e em streaming.
Variedade
Os temas da programação acadêmica vão desde assuntos específicos da música voltados ao público especializado até temas pertinentes à cultura que se relacionam ao jazz de uma maneira mais abrangente.
Neste recorte, está a palestra “Jazz: Crítica e Jornalismo”, que será ministrada pelo jornalista e crítico musical Carlos Calado, colaborador dos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico. Com vários livros publicados, entre eles, “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”, “O Jazz como Espetáculo” e “Jazz ao Vivo”, Calado cobriu inúmeros festivais de jazz ao longo de sua carreira, que abrange mais de três décadas acompanhando de perto a produção fonográfica brasileira.
Outra palestra é “O Corpo a Serviço da Subjetividade”, que trará para Manaus o conceituado bailarino e coreógrafo Rui Moreira. Sua carreira é marcada pela atuação no Grupo Corpo (MG) e nas companhias Cisne Negro (SP), Balé da Cidade de São Paulo (SP), Seráquê? (MG) e Azanie (França).
Atualmente coordenando a Rui Moreira Cia de Danças, o artista, com trajetória de mais de 30 anos no setor cultural, também assina a coreografia baseada em um ritual indígena da etnia Ticuna que será apresentada pelo Corpo de Dança do Amazonas (CDA) no espetáculo de abertura do Festival Amazonas Jazz.
O festival
Em sua décima edição, o Festival Amazonas Jazz volta ao calendário cultural do estado totalmente reformulado, reunindo grandes nomes da música instrumental brasileira com a elite do jazz mundial. O line-up inclui mais de 50 atrações, sendo 24 de outros países.
Além de concertos no Teatro Amazonas, a programação envolve shows aos fins de tarde no Flutuante Abaré, exibição de filmes e exposição fotográfica sobre o tema na Casa do Jazz, sediada ao lado do Teatro Amazonas, e um roteiro de apresentações musicais em bares e restaurantes da capital.
Os ingressos para os espetáculos já estão à venda na bilheteria do teatro e no site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com) por valores que variam de R$ 20 a R$ 80.
FOTO: Michael Dantas/Divulgação