O governador Wilson Witzel realizou uma visita técnica na Estação de Tratamento do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na tarde desta quinta-feira. O objetivo foi acompanhar a operação de uso de carvão ativado no tratamento da água para a filtragem da geosmina, a substância que tem modificado o gosto e o cheiro do líquido distribuído aos consumidores. Em entrevista coletiva após a visita, o governador descartou a possibilidade de determinar que haja indenização à população que comprou água mineral, disse que a decisão fica com a Justiça, e anunciou investimentos para a Cedae.
A água nunca esteve imprópria para consumo. De forma que eu, como governador do estado, não posso determinar qualquer tipo de desconto na conta dos consumidores. A empresa só poderia tomar uma decisão dessas se fosse verificado que ela diretamente foi responsável por algum fato que pudesse ter causado a impossibilidade de consumo de água. Mas a água nunca esteve impossibilitada de ser consumida. Geraram informações controversas, cujas fontes não são oficiais. Evidente que essa questão não é um decisão minha, nem da Cedae, mas é uma decisão que pode ser tomada pela Justiça. Na minha sensibilidade como magistrado, porém, eu vejo poucas possibilidades de êxito no que diz respeito às indenizações.
O governador admitiu, porém, que houve uma falha na atuação da companhia, já que o problema com a geosmina era “previsível”.
Recebemos uma empresa que não teve investimentos que deveriam ter sido realizados quando esse problema da geosmina ocorreu. Foram pelo menos duas vezes, a última em 2004. É um problema que poderia se repetir, porque é previsível e o impacto é grande. O carvão ativado já deveria estar disponível aqui. Todas as empresas que trabalham com o mesmo sistema da Cedae, que não é de água corrente, têm os instrumentos para a aplicação do carvão. Então, houve uma falha. Uma falha para que esse desconforto não acontecesse.
Além do uso permanente de carvão ativado, o governador anunciou que a próxima medida que deve melhorar o trabalho na estação de tratamento é a transposição dos rios Ipiranga, Poços e Queimados, que hoje deságuam no ponto de captação da água que é tratada. O governo quer começar a obra ainda neste semestre.
Essa obra também já poderia ter sido realizada e nós estamos apurando porque ela não foi realizada antes. Independente da apuração, nós vamos realizá-la. Essa obra é fundamental para que nós não tenhamos nenhum problema de desconforto para os próximos quatro, cinco anos, e fica em torno de R$ 100 milhões.
O governador informou ainda que haverá investimento de R$ 700 milhões de recursos da Cedae para a modernização da própria estação de Gandu até 2022. Além disso, há planos para inciar a construção da estação Guandu 2, a 3,5km de onde fica a estação atual, investimento orçado em R$ 1,2 bilhão.
Acompanharam Witzel na visita desta quinta o chefe da estação de tratamento, Pedro Ortolano, o presidente da Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa), Luigi Troisi, o diretor de grandes operações e saneamento da Cedae, Carlos Braz e o secretário de Governo, Cleiton Rodrigues.
Ortolano afirmou que a Cedae trabalha com o prazo de uma semana, contado a partir de hoje, para que a água chegue às torneiras livre de cheiro e gosto.
Uma vez que a água entra na estação de tratamento, ela demora cerca de três horas para sair. Nós já chegamos na dosagem ideal, só estamos fazendo alguns ajustes na operação. Até a água sair da estação, ser renovada nas tubulações, nas adutoras que levam até a rede de distribuição, e nas cisternas, estamos prevendo algo em torno de uma semana — disse o engenheiro. Mais noticias Em… https://extra.globo.com/noticias/rio/witzel-ve-pouca-possibilidade-de-indenizacao-consumidores-por-agua-com-geosmina-admite-falha-da-cedae-24207146.html