Nova estimativa mostra que o Amazonas terá 22 casos de câncer de próstata para cada 100 mil homens

A Estimativa 2020, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), no último dia 4, mostra que o Amazonas terá 960 novos casos de câncer de próstata no biênio 2020/2021, uma média de 22,23 diagnósticos para cada 100 mil homens, de acordo com a taxa bruta de incidência. Presidente da seccional Amazonas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o Prof. Dr. Giuseppe Figliuolo explica que o dado ainda preocupa, uma vez que a alteração, em geral, não é detectada precocemente, o que eleva as possibilidades de mortes e de tratamentos mais agressivos. De acordo com ele, cerca de 90% dos casos são detectados na forma avançada da doença, uma realidade que precisa mudar.

 Urologista da Urocentro Manaus, Figliuolo destaca que, apesar de ter havido redução de cerca de 100 casos, no comparativo das estimativas 2018 e 2020 do INCA, órgão subordinado ao Ministério da Saúde (MS), o número de diagnósticos tende a aumentar, já que grande parte deles continua subnotificada, ou seja, não chega a ser computada junto aos dados epidemiológicos em decorrência de fatores diversos.

Segundo o Inca, 70% dos casos previstos para o Estado ficarão concentrados na capital, Manaus, o equivalente a 680 diagnósticos.

 “É importante reforçarmos que a população em geral tem vivido mais e com o envelhecimento dos homens, é natural que haja um aumento dos casos de câncer de próstata. Quanto mais velho o indivíduo fica, maiores as chances de atrofia da glândula e do desenvolvimento do câncer”, explicou.

A próstata é uma glândula localizada entre a bexiga e a pélvis do homem e tem a função de produzir e armazenar o líquido seminal, o qual protege e nutre os espermatozoides do sêmen.

“A SBU reforça, sempre, através de suas campanhas, a importância de ampliarmos as ações de controle e combate ao câncer de próstata, o que só é possível através do rastreio. Por isso, orientamos os homens com idade a partir de 50, que visitem regularmente um urologista para a avaliação clínica e o exame de toque retal, que associado à dosagem do PSA (feito através da avaliação sanguínea), garante a detecção de várias alterações na próstata”, frisou.

Figliuolo acrescenta que cerca de 75% dos casos de câncer de próstata ocorrem em homens com 65 anos ou mais. E assegura que, quando se trata de saúde do homem, o preconceito ainda é um dos principais obstáculos. “O câncer, em geral, é uma doença silenciosa e de desenvolvimento lento, salvo algumas exceções. Quando apresenta algum sintoma, já está entrando em sua fase avançada, período em que as chances de cura ficam reduzidas. Mas, se descoberto cedo, pode ser tratado e as chances de cura chegam a até 90%”, concluiu.

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