O número de novas pessoas contaminadas pelo coronavírus no mundo em um dia é superior ao registrado na China, anunciou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com 411 novos casos na China e 427 casos ao redor do planeta na terça-feira, o número de contágios fora da China em um dia ultrapassou pela primeira vez o de adoecimentos no país asiático, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma reunião na sede da OMS em Genebra.
Coronavírus: o que se sabe até agora?
Na Europa, Áustria, Suíça, Grécia e Croácia também registraram seus primeiros casos do novo coronavírus desde a última terça-feira. Além disso, morreu nesta quarta-feira, em Paris, o primeiro francês vítima do Covid-19. Segundo autoridades de saúde da França, a vítima não viajou a regiões afetadas pela epidemia.
Ao mesmo tempo, os números melhoram na China, centro da epidemia. As autoridades comunicaram que 52 pessoas morreram nas últimas 24 horas, contra 71 na terça. É o menor número em três semanas.
O número de contágios também diminuiu: 406 novos casos, contra 508 de terça.
Ghebreyesus também alertou para os riscos de uma “pandemia”, ou seja, para uma epidemia de magnitude internacional. A OMS deixou clara sua preocupação com o curso que a epidemia está tomando.
O mundo não está preparado para enfrentá-la — disse na última terça-feira Bruce Aylward, diretor da missão conjunta OMS/China. — Deve-se estar preparado para administrar isso (a crise) em larga escala, o que deve ser feito rapidamente.
A entidade mostra especial preocupação com os países pobres, mal equipados para prevenir, diagnosticar e tratar o novo vírus. Hans Kluge, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa, continente em estado de alerta com a rápida disseminação do novo coronavírus em diferentes países, em especial na Itália, afirmou nesta quarta-feira que não há necessidade de entrar em pânico.
Tenham em conta que quatro em cada sinto pacientes apresentam sintomas leves e se recuperam — disse Kluge, reforçando que 96,5% dos casos registrados estão concentrados na China.
‘Epidemia de medo’
Na Itália, foco europeu da epidemia, já são 374 pessoas contaminadas, a maioria no norte, além de 12 mortos. Ataques de pânico, medo da morte e perda de contato com a realidade fazem parte da nova realidade italiana e estão gerando uma “epidemia de medo” no país, paralela à crise da saúde, segundo psicólogos.
O anúncio da primeira morte na Itália e o confinamento em quarentena de mais de 50.000 pessoas em 11 cidades do norte, o fechamento de escolas e o cancelamento de eventos esportivos e culturais criaram uma verdadeira psicose, dizem os profissionais.
Esse fenômeno tem-se manifestado nas corridas aos supermercados, típicas de uma “angústia da morte”, segundo a psiquiatra Rossella Candela, em Roma.
Alguns se adaptam. Outros agem como se estivessem sob os bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial — explica ela, por telefone.
A busca ansiosa por máscaras – praticamente esgotadas nas farmácias do norte – contribui para a psicose.
Após o primeiro movimento de pânico, instala-se uma angústia permanente e regular, alimentada pela quebra da normalidade.
Algumas medidas aumentaram a ansiedade: o fechamento de escolas, igrejas… Em nossos povoados, jamais uma missa havia sido cancelada. É uma loucura — diz Alessandra Braga, psicoterapeuta em Brescia, na Lombardia, Norte do país. Mais Noticias Em… https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/numero-de-casos-de-coronavirus-confirmados-no-mundo-no-mesmo-dia-supera-os-da-china-rv1-1-24273184.html