Relator altera pontos de proposta que amplia renda emergencial de R$ 600 para outras categorias

BRASÍLIA — O deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), relator da proposta que amplia a renda emergencial de R$ 600 para trabalhadores informais, retirou nesta quinta-feira dois pontos do texto que resultariam em um impacto fiscal de R$ 134 bilhões. O projeto, aprovado pelo Senado há duas semanas, deve ser votado ainda nesta tarde na Câmara dos Deputados.

A decisão do parlamentar ocorreu após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cezinha dialoga com líderes e com o governo para que a redação alternativa seja aprovada. Caso haja a alteração, a proposta retornará ao Senado.

Um dos pontos retirados é o novo programa de auxílio ao emprego para enfrentar a crise do coronavírus, que teria um impacto de pelo menos R$ 114 bilhões. O governo é contra esse novo programa porque já enviou ao Congresso uma medida que permite a redução de salários e de jornada de trabalho com contrapartida da União, a um custo de R$ 50 bilhões.

O segundo ponto é o trecho que retoma o critério de renda de meio salário mínimo para concessão do Benefício de Prestação Continuado (BPC), auxílio concedido a deficientes e idosos pobres. O impacto seria de R$ 20 bilhões por ano, não restrito ao período da crise.

 Estamos construindo esse texto com o governo e com a Câmara. Obviamente que há algumas redundâncias, como o Plano de Auxílio ao Emprego, que já está sendo tratado desse assunto em Medida Provisória. Então, retiramos do relatório. Mas estou construindo com as lideranças. A questão do BPC já está judicializada, também não seria tão importante votar isso neste momento. Seria jogar para a galera — disse Cezinha de Madureira.

A proposta também amplia o pagamento de R$ 600 para mães adolescentes (antes era preciso ter ao menos 18 anos) e estabelece o dobro (R$ 1.200) para pais solteiros.

O plano de auxílio ao emprego, questionado pelo governo, traz apenas um artigo autorizando o governo a firmar acordos com pessoas jurídicas ou físicas empregadoras durante a vigência do estado de calamidade pública para auxiliar no pagamento dos trabalhadores formais em até três salários mínimos por trabalhador. A contrapartida é a não demissão pelo período de 12 meses após o fim do auxílio.

Em nota técnica, o Ministério da Economia simulou o pagamento do auxílio de três salários mínimos (R$ 3.135,00) durante quatro meses a “todos os trabalhadores formais do setor privado, inclusive domésticos”.

No cálculo foram retirados empregados de empresas públicas, de economia mista, de organismos internacionais e ocupantes de cargos públicos.

Considerando todo aquele universo, uma cobertura de 100% dos 33,5 milhões de beneficiários custaria um total de R$ 350,3 bilhões ao governo federal. Considerando os 27,3 milhões de trabalhadores com renda de até três salários mínimos, o custo desse programa seria de R$ 189,5 bilhões em quatro meses.

Em um cenário aplicado apenas aos 21,1 milhões de trabalhadores que têm proventos de até dois salários mínimos, o custo ainda seria de R$ 125 bilhões para o governo.

O ministério ainda criou um cenário alternativo, no qual 91% dos empregados com até dois salários entrariam no programa. Nessas condições, seriam protegidos 21 milhões de empregos ao custo de R$ 113,791 bilhões em quatro meses.

 O projeto traz um programa de emprego que tem abrangência um pouco desconhecida  disse o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, completando que é “antagônico” ao texto do governo. Mais Noticias em…. https://extra.globo.com/noticias/economia/relator-altera-pontos-de-proposta-que-amplia-renda-emergencial-de-600-para-outras-categorias-24375877.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *