Doença que ganhou grande repercussão na mídia nos últimos dias, por ter tirado de cena o ator americano Chadwick Boseman, conhecido pelo papel do Pantera Negra no cinema, o câncer colorretal é tema, neste mês, de uma campanha encabeçada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. O ‘Setembro Verde’, iniciado há menos de uma década no Brasil, busca chamar a atenção para as medidas de prevenção e diagnóstico precoce desse tipo de neoplasia maligna, que no Brasil, deve somar mais 41 mil novos casos neste ano. No Amazonas, serão 330, de acordo com projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), subordinado ao Ministério da Saúde.
O cirurgião oncológico Manoel Jesus Pinheiro Júnior, membro voluntário da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), entidade que apoia o movimento, explica que o câncer colorretal é uma doença de desenvolvimento lento e silencioso. Seus sinais, geralmente, só são notados quando a doença já avançou. Com predominância na faixa-etária entre 50 e 70 anos, é mais comum em homens, mas as estatísticas têm mostrado que os números já são quase os mesmos para ambos os sexos.
“No estágio inicial, algumas características são importantes e merecem atenção. São fatores de risco, por exemplo, a prisão de ventre (constipação intestinal), sangue nas fezes, cólica intestinal frequente e a presença de pólipos na parede do intestino, e que podem ser detectados com a colonoscopia e retirados com procedimentos minimamente invasivos, antes que evoluam para um câncer”, destacou.
A perda de peso, fadiga constante e dor ao evacuar, além de diarreia de repetição, também merecem uma investigação mais criteriosa por parte de um especialista.
O tabagismo, o alcoolismo e o consumo de alimentos ricos em gordura, como enlatados, embutidos e carne vermelha em excesso, também potencializam os riscos de se desenvolver a doença. As medidas preventivas, por sua vez, são mais simples do que se pensa. “Consumir pelo menos dois litros de água ao dia ajuda a irrigar o intestino e reduz a prisão de ventre, reduzindo os riscos de lesões; uma alimentação rica em vegetais e fibras, também ajuda”, destacou.
No caso das fibras, é importante que o consumo seja feito acompanhado de líquidos, para ajudá-las a transitar no intestino, evitando a formação de bolos intestinais, os quais obstruem a passagem das fezes.
De acordo com Manoel Jesus Júnior, a indicação é que a partir dos 50 anos, as pessoas incluam no check up anual o exame de colonoscopia. “Quanto mais cedo as lesões são descobertas, menos invasivo é o tratamento e maiores são as chances de cura”, ressaltou.
O tratamento, dependendo do estadiamento da doença (expansão), pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ablação e embolização. “Procurar ajuda médica a tempo é essencial para um tratamento bem-sucedido. Mas, muita gente ainda abre mão de uma consulta especializada por vergonha ou preconceito, sem saber que agindo assim, coloca-se em risco a vida. O câncer colorretal tem cura e o primeiro passo inclui a conscientização e a informação”, finalizou Jesus Júnior.
Sobre a Lacc
A Lacc é uma ONG com mais de 60 anos de atuação no Amazonas, prestando suporte a diversas ações de prevenção e assistência da FCecon e absorvendo pacientes em situação de vulnerabilidade, através de seus programas sociais. Para ajudar a instituição a manter o trabalho desenvolvido, basta acessar o site www.laccam.org.br e se cadastrar como doador, ou, ligar para o (29) 2101-4900 e agendar a doação e o mensageiro da ONG vai até a residência buscar a ajuda financeira. O contato também pode ser feito pelo whatsapp (92) 999776294.
Além disso, a Lacc dispõe de uma conta bancária para transferências onlines ( especificações: Liga Amazonense Contra o Câncer – LACC CNPJ: 04.499.182/0001-48 Banco: Bradesco / Agência: 0482-0 / Conta Corrente: 691.017-3) e da modalidade de boleto bancário ( https://lacc.doaeacao.com.br ), para quem preferir.