O Imperial College de Londres divulgou nesta terça-feira (6) que a taxa de contágio (Rt) do novo coronavírus no Brasil oscilou de 0,95 na semana passada para 0,99. Apesar da subida, a boa notícia é que, segundo a instituição, manter-se duas semanas seguidas com o Rt abaixo de 1 significa que a pandemia está em desaceleração.
Foi a primeira vez, desde abril, que o Brasil conseguiu ficar duas semanas seguidas com o Rt abaixo de 1. O índice em 0,99 significa que cada cem contaminados no país passam o vírus para outras 99 pessoas, que transmitem a doença para 98, e assim por diante.
A taxa de contágio é uma das principais referênciais para acompanhar a evolução epidêmica da Covid-19 no Brasil. Especialistas costumam ponderar, no entanto, que é preciso acompanhar o Rt por um período prolongado de tempo para atestar a estabilidade, levando em conta o atraso nas notificações e o período de incubação do coronavírus, que chega a 14 dias.
A taxa de contágio da Covid-19 está em crescimento acelerado em alguns países desenvolvidos, segundo o Imperial College. Os maiores índices de reprodução da semana foram vistos no Canadá (1,77) e no Reino Unido (1,57). Também é alto nna Bélgica (1,21) e na Itália (1,19), por exemplo. Na América do Sul, o Equador tem a maior taxa de reprodução do coronavírus (1,30), seguido por Argentina (1,07) e Colômbia (1,0).
Esperança de vacina
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira que há a esperança de uma vacina contra a Covid-19 se viabilizar até o fim deste ano. Ele, no entanto, não especificou qual dos imunizantes testados em larga escala atualmente poderia ser comprovado como seguro e eficaz para bloquear a infecção pelo coronavírus ainda em 2020.
A declaração foi dada na conclusão de um painel executivo da entidade, que durou dois dias, em Genebra, na Suíça. Aos participantes, Tedros fez menção à importância de controlar a pandemia por meio da imunizaçao.
Nós precisamos de vacinas. E há a esperança de que tenhamos uma até o fim deste ano. Há esperança — afirmou o chefe da OMS, que fez um apelo às lideranças mundiais para viabilizar uma imunização global. — Especialmente no caso das vacinas e outros produtos que estão em desenvolvimento, a ferramenta mais importante é o comprometimento político de nossos líderes mundiais, principalmente para a distribuição igualitária das vacinas. Nós precisamos uns dos outros, de solidariedade. Usaremos toda a energia que temos para combater o novo coronavírus.
Nove vacinas candidatas contra a Covid-19 integram a iniciativa Covax, coalizão coordenada pela OMS que visa a acelerar o desenvolvimento de imunizantes para combater o novo coronavírus e garantir sua universalização. A aliança projeta distribuir 2 bilhões de doses até o fim de 2021.
O governo brasileiro formalizou em setembro sua adesão à Covax. Atualmente, vacinas de quatro laboratórios são testadas em larga escala no Brasil, as da AstraZeneca (em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido), do Sinovac Biotech (China), da Pfizer/BioNTech (EUA/Alemanha) e da Johnson & Johnson (EUA/Bélgica).
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