A “Expedição Cultural”, iniciativa do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, atendeu 263 pessoas, entre jovens e idosos, com oficinas artísticas em Tabatinga, São Paulo de Olivença, Benjamin Constant e Atalaia do Norte, em outubro. A ação faz parte do programa “Amazonas Cultura de Valor”, que tem objetivo de potencializar a cultura e promover o alinhamento do Estado à política nacional para o setor.
Com patrocínio da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), a programação incluiu oficinas de dança, grafite, elaboração de projetos culturais, Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e, ainda, uma palestra sobre a Lei Aldir Blanc, além de apresentações de dança e sessões de cinema. Todas as ações seguiram os padrões de segurança em prevenção a Covid-19.
“O interior do Amazonas é rico em cultura e talentos, e a ‘Expedição Cultural’ é um catalisador para a descoberta destes artistas e para inspirar os jovens e crianças no mundo cultural, além de proporcionar opções de desenvolvimento, como a oficina de elaboração de projetos culturais, em que os participantes podem aprender a implementar ações dentro de seus próprios municípios. O objetivo é que alcancemos cada vez mais a população no interior do estado”, afirmou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.
Em Tabatinga, onde mais de 50 pessoas se beneficiaram com as oficinas oferecidas, a professora Tamires Furtado das Chagas elogiou o curso de Libras por ter a chance ver um professor surdo dando aula. As aulas foram ministradas pelo professor Marcelo Costa, da Assessoria de Inclusão da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
“Poucos cursos chegam a Tabatinga, e achei muito louvável ter uma oficina de Libras e, principalmente, ter um professor surdo, formado na área, galgando espaço na sociedade, se destacando. Trouxe até a primeira acadêmica formada na Universidade do Estado Amazonas em Tabatinga para ela se espelhar”, declarou.
A professora Juliete Farias, de São Paulo de Olivença, participou da oficina de elaboração de projetos culturais e agradeceu pela oportunidade. “O sonho da gente é expandir projetos, e o meu é criar um projeto de leitura. Devido à pandemia, muitos alunos nossos estão fora da sala de aula, então quero criar um projeto onde possamos levar a leitura até a casa do aluno, uma leitura cantada através das dramatizações. A oficina veio mostrar como montar e seguir passo a passo, veio para mostrar como tornar realidade o nosso sonho aqui em nosso município”, contou.
O jovem Lucas Nascimento, 17, realizou a oficina de dança com os integrantes do Balé Folclórico do Amazonas, um dos Corpos Artísticos do Estado. Com o objetivo de fazer o vestibular para Dança, na UEA, o paulivense declarou que nunca havia tido essa experiência.
“Eu nunca presenciei essa experiência aqui no município. Quero agradecer a todos que estão nos apoiando para crescer na vida cultural e também agradecer aos bailarinos pelas aulas. Foi algo maravilhoso para quem deseja ter a vida na dança”.
No total, as oficinas atenderam 54 pessoas em Tabatinga, 69 em São Paulo de Olivença, 77 em Benjamin Constant e 63 em Atalaia do Norte.
Ações na capital – O “Amazonas Cultura de Valor” engloba outras ações junto à população da capital, atendendo às limitações do período de pandemia, entre elas os projetos “O Artista Visita”, “Domingo Autoral”, “Bora pro Parque” e “Festival de Cultura Urbana”.
Projeto realizado com os Corpos Artísticos do Estado, “O Artista Visita” conta com apresentações de espetáculos e roda de conversa em hospitais e instituições assistenciais. Busca dar visibilidade aos espaços que precisam do apoio da sociedade, além de proporcionar ao artista ações voltadas para o contexto social.
O “Domingo Autoral”, realizado no Teatro da Instalação, tem a proposta de formar plateias para que os artistas locais possam divulgar o repertório autoral, e foi idealizado pelos artistas Celdo Braga e Nícolas Júnior. A secretaria abraçou o projeto e oferece ao público um contato com o que é produzido no estado em termos autorais.
O projeto “Bora pro parque!” visa envolver as comunidades vizinhas dos parques Jefferson Péres e Rio Negro nas atividades realizadas nesses espaços. As ações acontecerão uma vez por semana e a programação inclui resgate de brincadeiras infantis, Feiras de Produtos Regionais da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), feira de artesanato, apresentações musicais e de artistas circenses.
Já o Festival Cultura Urbana contará com pocket shows, intervenções de grafite, e batalhas de Break, MCs e All Style, em todas as zonas da capital. O festival, construído com a participação do movimento hip hop, vai promover o intercâmbio entre os artistas da cultura de rua e a população em geral.
Outro objetivo da ação é criar uma cadeia produtiva de empreendedores culturais, oportunizando ao artista a ampliação do acesso às comunidades por meio de manifestações urbanas, entre elas dança, artesanato e economia criativa.
FOTOS: Alex Maia e Joyce Beleza