Com o preço do pescado vendido nas feiras e mercado de Manaus, chegando a competir diretamente como escândalo dos valores da carne, tirando as opções do pobre de uma alimentação alternativa além do ovo e farinho no almoço de cada dia, surge uma expectativa que, a partir do dia 15 de março, portanto dentro de pouco tempo, quando termina a temporada do defeso, proibindo a pesca nos rios, haja uma avaliação e o pescado volte a ser frequência natural na mesa das famílias mais pobres.
Um fato no entanto, é preciso ser levado em consideração de forma imediata: como será a fiscalização em todo o processo desde a captura, transporte, venda no atacado nas pranchas das balsas nas margens dos rios e finalmente o translado até as feiras para chegar ao consumidor final.
Assim como na venda da gasolina e na tarifa dos ônibus, há uma máfia que não revela os critérios e os números da composição dos preços finais ao consumidor, também na comercialização do pescado existe um grupo forte e investidores que determinam, ao seu interesse pessoal, o preço deste alimento.
Sem poder de polícia e com uma equipe reduzida a Secretaria de Produção e Abastecimento do município, a cabe compete a gestão das feiras e mercados, fica no remanso, longe das movimentações espúrias dos caciques do peixe, deixando a carga danosa e mortal para os consumidores.
A lógico é simples: se o peixe não tem custo unitário, além das despesas de movimentação dos pescadores, como é possível, na cadeia de distribuição, o preço chegar a valores tão distantes da capacidade de aquisição? Essa é uma questão para ser levantada e ticadas pelo Ministério Público, tão cioso de suas atribuição e dos holofotes, mas tão distante das questões que doem diretamente no bolso e nos direitos da cidadania plena.
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