Livro relata métodos, práticas e experiências do projeto educacional em comunidades ribeirinhas
Com objetivo de orientar o público sobre a educomunicação, nome dado ao modelo de educação baseada na utilização de recursos de mídia, e como pode ser aplicada na realidade de comunidades amazônicas, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) lança a primeira edição da obra ‘Repórteres da Floresta: um guia para educomunicadores’. O livro reúne metodologia, ferramentas, produtos e práticas da educomunicação vivenciadas em seis anos do projeto da FAS, realizado com jovens ribeirinhos do interior do Amazonas.
Criado em 2014, o projeto Repórteres da Floresta é uma parceria entre a FAS e a Samsung, apoiada pelo Fundo Amazônia/BNDES. Os estudantes de cinco Núcleos de Conservação e Sustentabilidade (NCS) da FAS no estado recebem oficinas de rádio, vídeo e produção de texto para apresentar suas perspectivas como jovens da floresta para o mundo, por meio da prática de educomunicação.
Segundo o coordenador do projeto na FAS, Amandio Silva, os leitores encontrarão no guia diversas atividades com temáticas de fotografia, jornal impresso, redes sociais, rádio, entre outras. O objetivo do livro é que a experiência de educomunicação possa ser replicada em outras localidades da Amazônia.
“Nosso desejo é que o guia possa ser utilizado por jovens ou adultos e que as atividades de educomunicação contribuam no desenvolvimento das pessoas. Todo o conhecimento que está no guia foi construído com os alunos do projeto ao longo dos anos, e ter esse saber disponível para todos, em formato de livro, é muito gratificante”, diz o coordenador.
Nas páginas do guia, o leitor poderá encontrar o QR Code que o levará para mais informações sobre os ensinamentos do livro. Além de teoria e práticas da educomunicação, o guia possui relatos de cinco ex-participantes do projeto e como a experiência transformou a vida deles.
Uma das ‘Repórteres’ é Odenilze Ramos, que participou do projeto entre 2014 e 2017 na comunidade do Tumbira. Por meio da ação, ela teve a oportunidade de viajar para São Paulo e até para a Alemanha.
“Além de poder contar sobre minha comunidade, pude vivenciar grandes experiências pessoais e profissionais. Lembro-me que, no segundo ano como repórter da floresta, em 2015, fui convidada para cobrir um evento em São Paulo e ainda conheci grandes editoras e emissoras de TV. Foi um grande aprendizado para mim, enquanto jovem que estava participando de um projeto de educomunicação”, relata Odenilze. Atualmente, ela é ativista ambiental, lidera movimentos sociais e usa o aprendizado adquirido para falar da Amazônia em documentários e outros projetos.
Para Amandio, faz parte do DNA do Repórteres da Floresta desenvolver o potencial de seus participantes. “O Repórteres sempre teve em sua lógica métodos para que o participante pudesse desenvolver competências para retratar sua realidade e fortalecer o ensino formal como leitura, redação e português”, informa.
Ao longo de seis anos, o Repórteres da Floresta envolveu 125 estudantes dos NCS Agnello Bittencourt (RDS do Rio Negro), NCS Assy Manana (APA do Rio Negro), NCS Márcio Ayres (RDS Mamirauá), NCS Uatumã (RDS Uatumã) e NCSs Boa Frente e Abelha (RDS do Juma).
Para conhecer mais sobre o guia, acesse o site fas-amazonas.org/publicacoes/
Foto: Divulgação