Ação oferta teste rápido para HIV em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia

Em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, comemorado nesta segunda (17/05), uma ação educativa e social levou testes rápidos que permitem fazer o diagnóstico do vírus HIV, neste fim de semana, a profissionais LGBT que atuam em pontos de prostituição em várias áreas de Manaus. Além dos testes, a ação também ofertou materiais com orientações sobre prevenção, canais de saúde, bem como preservativos masculinos e femininos e gel lubrificante.

A ação foi realizada em uma parceria da Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos Humanos, Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), além da Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (Assotram) e a Organização da Sociedade Civil Rede Amizade e Solidariedade. O grupo percorreu pontos de prostituição realizando uma abordagem entre a noite de sábado (15/05) e a madrugada de domingo (16/05) para orientar sobre a necessidade e importância da prevenção, garantia de direitos da população LBGT e ofertar testes para HIV.

Ao contrário do teste para HIV realizado com amostra de sangue, o teste realizado na ação utiliza apenas a saliva extraída da parte superior e inferior da boca. O material é coletado da gengiva e da mucosa da bochecha com o auxílio de uma espécie de cotonete, segundo explica a coordenadora do projeto de testagem de bases comunitária da AHF Brasil e Rede Amizade e Solidariedade, Maria Sineide. A amostra é colocada em uma solução que indica o resultado reagente ou não reagente para HIV.

“A testagem é feita a partir da coleta de células de defesa contidas na boca, e o resultado sai em apenas 20 minutos. O resultado detecta como reagente para HIV casos cuja exposição tenha ocorrido há, pelo menos, 30 dias, período chamado de janela imunológica. Esse teste é prático, gratuito e indolor e uma oportunidade para quem nunca fez o teste saber se é positivo ou negativo. A partir do resultado, damos a orientação necessária com profissionais treinados e o encaminhamento para o tratamento no serviço de referência na rede pública de saúde”, disse.

Ela complementa que o teste é sigiloso e, independentemente do resultado, há uma acolhida para passar orientações sobre o risco que as pessoas correm ao manter relações sexuais sem proteção. “Temos uma rede que faz todo o processo de acompanhamento da pessoa. Caso ela não tenha condições financeiras de ir ao serviço médico para o tratamento, a gente acompanha e ajuda essa pessoa até a terceira consulta no serviço de saúde de referência, de modo que se sinta acolhida e segura para continuar o tratamento”, esclareceu.

Para o defensor público Roger Moreira, titular da Defensoria de Direitos Humanos, além do caráter social e de saúde, a ação é uma oportunidade para dar visibilidade ao discurso contra todo tipo de discriminação contra a população LGBT.

“Nossa ação não é apenas uma abordagem social de caráter educativo, mas uma forma de visibilizar o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia. Destacamos principalmente o acolhimento, porque recebemos essa população no nosso atendimento nas nossas unidades, mas por conta do atual momento de pandemia, é importante que a Defensoria vá ao encontro das necessidades dessa população. É preciso cuidar da saúde e lutar contra o preconceito e todas as formas de discriminação. É para isso que a Defensoria existe” destacou Roger.

A subsecretária de Políticas Afirmativas para as Mulheres e Direitos Humanos, Graça Prola, ressaltou que o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia marca a retirada da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

“Homossexualidade não é distúrbio mental e, infelizmente, ainda temos que lutar contra o preconceito e a discriminação sofridas pela população LGBT. Em alusão ao dia 17 de maio, estamos percorrendo as ruas da cidade abordando pessoas transexuais, travestis e homossexuais para falar sobre direitos e também sobre prevenção a doenças realizando testes rápidos para HIV”, explicou.

Segundo Joyce Gomes, gerente de diversidade da Semasc, os testes rápidos de HIV integram uma séria de ações que estão sendo feitas na capital para mapear demandas que servirão para construir políticas públicas e projetos direcionados, principalmente, para a população LGBT e em situação de vulnerabilidade.

“O dia 17 de maio é um momento para a reflexão, luta e reforço a direitos. Em alusão a esta data, estamos com a Assotram, Defensoria Pública, Rede de Amizade e Semasc entregando preservativos, realizando testes para HIV orientando sobre prevenção e os canais onde é possível buscar ajuda. Por conta da pandemia, há algum tempo não fazíamos a abordagem durante a noite e madrugada, mas com a flexibilização das restrições retornamos com esse trabalho que é fundamental para auxiliar a população LGBT”, ressaltou.

Serviço – Casos de homofobia e preconceito podem ser registrados para receber assistência jurídica gratuita pela Defensoria de Direitos Humanos. O telefone é (92) 98416-5244 e o atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.

FOTOS: Florêncio Mesquita/DPE-AM

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