BRASÍLIA — A CPI da Covid analisa amanhã a convocação do braço-direito de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, o ex-secretário- executivo Antônio Elcio Franco. O requerimento está pautado para a mesma reunião em que o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo será ouvido.
Os senadores também devem votar a quebra de sigilo de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro, que prestou depoimento à CPI na semana passada. Caso seja aprovado o segundo pedido, serão requisitadas informações bancárias e trocas de mensagens por Whatsapp e e-mail institucional da Secretária de Comunicação Social (Secom).
Ontem, o vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que recebeu ameaças pelo Whatsapp por conta do trabalho da comissão. Segundo ele, as mensagens parecerem ser parte de uma ação coordenada para intimidar os trabalhos de investigação.
Não sei ainda qual é o alcance e quantos senadores receberam, mas vou pedir nesta segunda-feira ao presidente da CPI que o caso seja investigado pela Polícia Federal — disse Randolfe ao GLOBO.
Randolfe disse ainda que os governistas devem tentar impedir a quebra de sigilo de Wajngarten, mas que a intenção da maioria é aprovar.
Os quatro (senadores) governistas vão resistir e não vão querer aprovar. Mas vamos fazer uma reunião na segunda-feira para que possamos alinhar essa questão e poder aprovar os requerimentos — disse Randolfe.
No requerimento assinado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Randolfe, há o pedido de informações das finanças pessoais e das empresas de Wajngarten. Os parlamentares pedem que o Facebook e Whatsapp forneçam o backup de mensagens trocadas por ele durante o período em que esteve à frente da Secom. Também querem acesso aos e-mails de sua conta institucional.
Ao justificar o pedido, os parlamentares argumentam que o depoimento de Wajngarten foi “eivado de inverdades, imprecisões e relatos falsos”. Em entrevista à revista “Veja”, o ex-secretário acusou a equipe do Ministério da Saúde de “incompetência” por ter demorado a fechar acordo com a Pfizer para a compra de vacinas. À CPI, no entanto, Wajngarten caiu em diversas contradições e não apontou quais seriam as falhas no enfrentamento à pandemia, tampouco os responsáveis pela condução negligente.
Integrantes da CPI também devem analisar a convocação de Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. A ideia é questioná-lo sobre protocolos adotados pelo SUS envolvendo a cloroquina.
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