Após menção a Holocausto na CPI, embaixada de Israel pede que tragédia fique ‘à margem de política e de ideologia’

A embaixada de Israel no Brasil emitiu um comunicado criticando a menção ao Holocausto na CPI da Covid-19 pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) na terça-feira. Sem citar o parlamentar, a representação diplomática pediu que a tragédia fique “à margem de política e de ideologia”.

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“Desaprovamos o aumento da frequência da palavra Holocausto no discurso público. O uso indiscriminado banaliza a memória e a tragédia do genocídio contra o povo judeu. Pela amizade forte entre os dois países, pedimos que o Holocausto fique à margem de política e de ideologia”, ressalta a nota publicada no Twitter.

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Relator da CPI, Calheiros fez uma comparação entre a pandemia no Brasil e o nazismo antes de dar início ao depoimento da secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. O senador lembrou aos presentes informações do Tribunal de Nuremberg, usado para julgar os crimes cometidos contra os judeus. Ele citou ainda trechos de depoimentos que afirmavam que era impossível desobedecer ordens de Adolf Hitler.

Faço questão de trazer à memória de todos talvez o julgamento mais conhecido de todos, o tribunal de Nuremberg, foi ali que o mundo procurou encontrar respostas para um crime atualmente inconcebível, o genocídio de 6 milhões de judeus nos campos de concentração no regime nazista — disse em um dos trechos.

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A fala provocou a reação dos governistas no colegiado, que criticaram a comparação em uma breve discussão. O relator voltou a falar e, ao fim, arrematou:

Não podemos dizer que houve genocídio. Não podemos dizer ainda. Mas podemos dizer que há sim uma semelhança assustadora, uma semelhança terrível, uma semelhança tenebrosa, uma semelhança perturbadora no comportamento de algumas altas autoridades que testemunharam aqui na CPI e o relato que acabei de ler sobre um dos marechais do nazismo no tribunal de Nuremberg, negando tudo, enaltecendo Hitler, apresentando-se como salvadores da pátria, enquanto a História provou que faziam parte de uma máquina da morte

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