A cena se repete: o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil anuncia, para o dia 2 de julho, mais uma greve, alegando que é necessário ajuste de ganhos, cestas básicos e uma lista de benefícios que são incluídos na conta dos patrões. O presidente do Sindicato, Custódio Sassá que é vereador do PT e contabiliza seus votos nesta categoria, com repetição de greves, exigência de intermediação de empregos, usando sua estrutura sindical, evitando assim perder filiados e, em consequência, estoque de dinheiro em caixa, transfere a culpa para o sistema patronal, sem perceber que, na curva da pandemia, não é possível ainda, esticar a corda.
A intermediação do emprego pelo Sindicato é condenável sob vários aspectos, sendo considerado uma ação marginal da Instituição, que deve regrar o comportamento do mercado pelo diálogo e convencimento, mas no caso do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil pesa uma acusação grave que é a exigência da filiação sindical do trabalhador para ter acesso ao emprego, o recolhimento de currículos para indicar às empregos e o que é pior e mais criminoso: a acusação de que, ameaçando com greves, conseguem de muitas empresas o monopólio da indicação, girando a roda do círculo vicioso que é a exigência da filiação, o pagamento dos valores sindicais, que deixaram se ser compulsórios para serem voluntários e levaram muitos sindicatos à falência e o cofre sempre bem recheado.
Até que se prove em contrário, com esclarecimento do próprio Sindicato, isso chama-se chantagem institucional.