A Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) aprovou o pedido para abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as possíveis irregularidades na geração e distribuição de energia elétrica, no Amazonas. O pedido é de autoria do deputado estadual Sinésio Campos (PT).
O parlamentar enfatizou que a privatização da concessionária não impactou na melhoria dos serviços. Para ele, falta transparência no trabalho da Amazonas Energia e que esse cenário só será resolvido com uma CPI. “Queremos saber o motivo da Amazonas Energia apresentar tanto problema no fornecimento elétrico, no Estado. Como está sendo aplicado o dinheiro do programa Social Luz Para Todos? O intuito da privatização não era a melhoria do serviço? Essa empresa virou uma caça níqueis, tanto que abriu uma agência em, praticamente, todos os bairros de Manaus. Todos nós, deputados, quando vamos ao interior, ficamos penalizados e as pessoas cobram da gente. Segundo os moradores, algumas comunidades ficam mais de 15 dias sem energia, perdendo a casa de farinha mecanizada, pescado e polpas de fruta. Nós repercutimos isso na tribuna, entretanto, parece que ficamos na falação e eu não sou muro de lamentações. Essas empresas têm concessão pública e por esse motivo devem prestar contas junto à sociedade”, defendeu Sinésio.
Sinésio Campos questionou, também, o porquê desmontaram termelétricas que funcionavam no interior para fazer sistema integrado, como, por exemplo, Itapeaçu em Urucurituba. “Lá, simplesmente, retiraram a usina e a ligaram com a sede do município e o resultado culminou na falta de manutenção da rede elétrica. O povo está com uma vida amarga, sofrendo, depois da Covid-19 estão com problemas financeiros gravíssimos, até para negociar dívida passam por momentos vexatórios, mas, para a Amazonas energia não interessa se é igreja, comércio ou posto médico, cortam sem piedade”, concluiu o deputado Estadual Sinésio Campos.
O documento foi assinado pelos deputados estaduais Sinésio Campos (PT), Dermilson Chagas (Podemos), Fausto Junior (MDB), João Luiz (Republicanos), Roberto Cidade (PV), Serafim Corrêa (PSB), Therezinha Ruiz (PSDB) e Wilker Barreto (Podemos). Agora, a Aleam terá 120 dias para investigar as possíveis omissões e responsabilidades da concessionária frente aos apagões, perda de energia, aumento de tarifa, precariedade na manutenção e ampliação das redes elétricas que ocasionam graves transtornos para a população amazonense.
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