Nova mutação do coronavírus, mais transmissível, acende alerta no exterior

Autoridades de saúde britânicas afirmaram, nesta semana, que estão monitorando “muito de perto” uma sublinhagem da variante Delta, que antes não era grande motivo de preocupação. A AY.4.2, apelidada de Delta plus, representa cerca de 6% dos casos de Covid-19 na região, segundo a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido, e já foi detectada também em países como Israel, Estados Unidos e Dinamarca. Baseado na observação do comportamento da AY.4.2, o diretor do Instituto de Genética da University College of London, no Reino Unido, Francois Balloux, estima que ela pode ser cerca de 10% mais transmissível do que a Delta. Além da maior transmissibilidade, outra grande preocupação é se a Delta plus consegue escapar dos anticorpos produzidos pelas vacinas.

Mesmo assim, especialistas consideram que não é possível associar ainda a Delta plus ao aumento da contaminação e apontam o fim das medidas restritivas e a cobertura vacinal estagnada como alguns fatores que propiciam o avanço do vírus. O geneticista e diretor do Laboratório Genetika, em Curitiba, Salmo Raskin, explica que, apesar de os imunizantes terem sido criados para combater a variante original do SARS-CoV-2, eles têm se mostrado eficazes contra todas as outras cepas. Mas estudos ainda são necessários para saber como funciona na prática com a AY.4.2.

Por ser uma sublinhagem da Delta, espera-se que a vacina continue eficaz. No entanto, a Delta já é a variante que mais consegue escapar dos anticorpos, o que pode diminuir a eficácia da vacina, então não deixa de ser uma preocupação — afirma.

Além de ser a que oferece maior resistência aos imunizantes, a Delta é de 40% a 60% mais contagiosa que a Alfa, e quase duas vezes mais transmissível que a cepa original do vírus, aponta o governo do Reino Unido. A Delta, assim como outras variantes do SARS-CoV-2, tem uma série de sublinhagens que são identificadas por meio de pequenas mutações em seu código genético. Essas alterações são tentativas do vírus de sobreviver. Entre as mais de 45 já identificadas só da Delta, a principal é a AY.4, responsável pela maioria dos casos e que também tem derivações, como a AY.4.2.

E essa não é a primeira subvariante da Delta a chamar a atenção e ganhar o apelido de Delta plus. Uma outra, identificada em junho, na Índia, com mutação da proteína spike chamada K417N, chegou a se espalhar por diversos países e levantar preocupações, mas acabou não se tornando perigo relevante. Nessa nova Delta plus, as mutações são uma combinação de outras duas. A Organização Mundial da Saúde divide as variantes em duas principais classificações. A Alfa, a Beta, a Gama e a Delta são consideradas variantes de preocupação (VOC), que são as predominantes no mundo hoje.

Reprodução: https: //extra.globo.com/noticias/coronavirus/nova-mutacao-do-coronavirus-mais-transmissivel-acende-alerta-no-exterior-25246643.html

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