O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), prestou depoimento à Polícia Federal no último dia 13 de outubro, negou o recebimento de suposta propina da empreiteira OAS e fez críticas a Léo Pinheiro, delator e ex-presidente da empresa.
O caso é investigado em um inquérito sigiloso em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) aberto a partir da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que apura se ele recebeu R$ 1 milhão em troca do apoio a uma medida provisória no Senado.
No depoimento, Ciro Nogueira disse que o seu partido, o PP, recebeu R$ 2,3 milhões em doações oficiais da empreiteira em 2014, mas que não tinham vinculação com a medida provisória. O ministro também fez críticas a Léo Pinheiro e disse que as acusações foram feitas pelo empreiteiro como forma de obter vantagens nos processos aos quais ele responde.
Léo Pinheiro havia dito à PF que acertou R$ 1 milhão de propina com Ciro Nogueira em um café da manhã na residência do então senador. O café da manhã com Ciro Nogueira ocorreu, segundo a agenda do empresário, no dia 6 de agosto de 2014. Mensagens apreendidas pela PF no celular do empreiteiro reforçam que o encontro ocorreu na data mencionada. A prestação de contas da direção nacional do PP nas eleições de 2014 registrou três doações da OAS no valor de R$ 500 mil nos dias seguintes àquele encontro: 12 de agosto, 22 de agosto e 1º de setembro.
Questionado sobre esse café da manhã, Ciro afirmou não se recordar do encontro, mas disse ser possível que ele tenha ocorrido. O ministro, entretanto, ressaltou que se reuniria com Léo Pinheiro apenas para discutir doações oficiais de campanha.
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