Declaração foi dada em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado na sexta-feira (08/04)
O cenário dos cânceres de colo de útero, mama e de próstata está mudando para melhor no Amazonas, com a aquisição de um mamógrafo digital, a construção do Centro Avançado de Prevenção do Câncer do Colo do Útero (Cepcolu) e a transferência das biópsias de próstata para serem feitas pelo Hospital Delphina Aziz. A declaração foi dada pelo diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), mastologista Gerson Mourão, em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado na sexta-feira (08/04).
O Dia Mundial de Combate ao Câncer foi instituído pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para marcar o combate à doença. Para o Amazonas, são estimados 5.410 casos para o ano de 2022, sendo 2.390 em homens e 3.020 em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os três tumores mais incidentes no estado são os de colo de útero (700), próstata (480) e mama (450).
Segundo o médico mastologista, a expectativa é que os números sigam uma tendência de queda nos próximos anos com o novo mamógrafo digital que será adquirido pelo hospital e com a construção do Cepcolu, somados às ações de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) de alto risco, que causa o câncer de colo uterino, e as biópsias de próstata que passam a ser realizadas pelo Hospital Delphina Aziz.
“O Governo do Estado, por meio da FCecon, traz boas notícias à população amazonense. Com as ações, iremos atacar quase metade dos cânceres que ceifam as vidas de tantas mulheres, através de ações de prevenção e diagnóstico. O aparelho permitirá, ao mesmo tempo, durante a mamografia, realizar o exame e a biópsia. Iremos economizar tempo, recursos e, principalmente, salvar vidas”, comemora Mourão.
Mamógrafo – O mamógrafo digital foi adquirido pelo valor de R$ 1,5 milhão, por meio de emenda parlamentar do deputado federal José Ricardo Wendling. A previsão é que o equipamento seja entregue na primeira quinzena de maio.
Qualidade de imagem – O equipamento reforçará o Parque de Imagem do hospital, pontua a gerente do Serviço de Imaginologia, enfermeira Janaína Dias. “O aparelho permitirá a visualização de lesões com maior precisão, diminuindo o tempo e incômodo na realização da mamografia e da emissão da biópsia, além de otimizar o trabalho do médico radiologista na emissão dos laudos. Mensalmente, o serviço realiza mais 240 mamografias”, assinala a gerente.
Diagnóstico precoce – Ainda segundo Mourão, o mamógrafo digital vem acoplado com um Esteriotaxe, que realiza cálculos para identificar sinais precoces do câncer de mama, como as microcalcificações que não podem ser apalpadas durante a consulta de rotina. Ele destaca que o equipamento permite introduzir uma agulha ou o contraste no seio e marcar o local das microcalcificações e, assim, realizar a biópsia na hora.
“Dependendo do resultado, a paciente é liberada para casa ou é imediatamente internada para a realização da cirurgia. Com isso, garantimos rapidez no atendimento e no diagnóstico do câncer de mama. Outro benefício é a diminuição de biópsias pelo serviço de Patologia, desafogando o serviço”, pondera Mourão.
Cepcolu – Para a gerente do serviço de Ginecologia, ginecologista Mônica Bandeira, o Cepcolu será um divisor de águas para a prevenção ao câncer de colo de útero e tratamento das inflamações pré-malignas, assim, enfrentando e evitando uma doença 100% evitável. “Trata-se de uma dívida histórica com os filhos órfãos do câncer de colo de útero”, assinala.
Estrutura – De acordo com a médica ginecologista, o centro de referência será um braço da Fundação Cecon, a ser construído no terreno ao lado da Fundação, próximo ao prédio do serviço de Radioterapia. Ela informa que o local terá quatro salas cirúrgicas, quatro ambulatórios e um anfiteatro para 50 pessoas, que será utilizado para treinamentos para o público externo e interno.
Conizações – No Cepcolu, serão realizadas conizações, pequenas cirurgias que tratam lesões pré-malignas no colo do útero, evitando que o câncer se desenvolva. Em 2021, a FCecon realizou 548 conizações. Uma vez descobertas as lesões, chamadas de neoplasia intra-epitelial cervical de grau II ou III, a mulher será encaminhada para realizar a conização na Fundação Cecon ou na Policlínica Gilberto Mestrinho.
“Com a concretização do Cepcolu, a prevenção terciária ao câncer do colo do útero – tratamento das lesões precursoras – ganhará um outro urgente e inadiável patamar. Haverá a ampliação do número de conizações e, consequentemente, mais espaço para cirurgias oncológicas no hospital”, frisa Bandeira.
FOTOS: Lucas Silva/Secom