A Prefeitura de Manaus alerta que mais de 210 mil beneficiários do programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, estão com o acompanhamento em saúde pendente na capital, e devem buscar as unidades da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para atualização. O governo federal determina que a assistência é obrigatória, dentro das diretrizes do programa, para crianças menores de 7 anos e mulheres de 14 a 44 anos.
A coordenadora das ações de Saúde Nutricional da Semsa, Lia Ferreira, explica que são exigidos dois acompanhamentos ao ano para esses públicos. O primeiro deve ocorrer entre os meses de janeiro e junho, e o segundo, de julho a dezembro.
“Hoje, em Manaus, a gente ainda está com uma procura muito baixa das pessoas que têm esse perfil, com cobertura atual de 11%. Nós compreendemos que a pandemia afastou a busca pelo atendimento, mas é importante reforçar que ele voltou a ser obrigatório para o programa a partir do segundo semestre de 2021, então é fundamental o envolvimento de todos”, afirma Lia.
Atualmente, de acordo com a Semsa, 237.140 beneficiários do Auxílio Brasil devem ser acompanhados em Manaus. Porém, apenas 26.736 usuários procuraram as unidades de saúde de janeiro até o dia 3 de maio, o que representa 11,27% do público-alvo.
Das 75.868 crianças menores de 7 anos cadastradas, 5.460 foram levadas para atualização das consultas. Dentre as 161.272 mulheres de 14 a 44 anos, 21.276 estão com o acompanhamento em dia.
“Na hora da consulta, o profissional verifica se a vacinação da criança está em dia, além do peso e altura, para saber se ela está com algum risco nutricional, como baixo peso ou sobrepeso, para adotar as providências necessárias. Já para as mulheres, é preciso avaliar peso e altura, e se ela está com pré-natal em dia no caso de gestantes”, acrescenta.
Os beneficiários do Auxílio Brasil devem buscar a unidade de saúde mais próxima da sua casa para realizar o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, formada por enfermeiros, médicos e assistentes sociais. A lista com os endereços das unidades pode ser conferida no site da Semsa, por meio do link: https://semsa.manaus.am.gov.br/localizacao-das-unidades-de-saude/.
A coordenadora das ações de Saúde Nutricional da Semsa lembra, também, que o usuário que não realizar o acompanhamento pode estar em altíssima situação de vulnerabilidade social, e se a ausência não for devidamente justificada, o benefício pode ser suspenso.
“Se o beneficiário ficar um semestre sem buscar a unidade, ele é notificado para atualizar suas consultas. No caso de dois semestres sem comparecer, ele é identificado através do CadÚnico, para que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania realize uma busca ativa para entender por que ele deixou de cumprir esse requisito do programa”, pontua Lia.
Desenvolvimento infantil
O secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, ressalta que a Atenção Primária à Saúde desenvolve programas de desenvolvimento infantil, coordenados pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de auxiliar no crescimento saudável de crianças em situação de vulnerabilidade social.
Os programas Suplementação de Ferro e NutriSUS são voltados para crianças de 6 meses até menores de 2 anos; o Suplementação de Vitamina A é direcionado a crianças de 6 meses até menores de 5 anos; o Crescer Saudável é para crianças matriculadas na Educação Infantil e Ensino Fundamental I; e o Amamenta e Alimenta Brasil são estratégias direcionadas para estimular o aleitamento materno e a alimentação saudável de crianças menores de 2 anos.
“A Semsa busca alcançar um número cada vez maior de crianças com esses programas para a prevenção de diversas doenças e problemas de saúde. Os trabalhos são realizados por Agentes Comunitários de Saúde (ACSs), enfermeiros, médicos e demais profissionais da Atenção Primária. A proteção e o desenvolvimento das nossas crianças estão entre as prioridades das nossas ações”, declara Djalma.
Além dos programas instituídos pelo governo federal, a Prefeitura de Manaus teve como iniciativa o desenvolvimento do Leite do Meu Filho, que contempla a entrega de compostos lácteos para a suplementação alimentar de crianças de 6 meses a 5 anos de idade.
Foto – Camila Batista / Semsa