Realizada entre novembro e dezembro, uma exceção histórica por conta das altas temperaturas do verão do Catar no período em que normalmente é realizada, a 22ª edição da Copa do Mundo cumpriu, pelo menos em parte, as expectativas criadas sobre um possível auge físico dos atletas. Com recorde de gols e jogos eletrizantes decididos nos minutos finais, o torneio se encerrou com uma das maiores finais já vistas, um 3 a 3 entre França e Argentina decidido nos pênaltis para albiceleste.
A expectativa se dava pela realização na metade da temporada do futebol europeu, no qual atua boa parte dos atletas do Mundial, e não mais no fim dela, quando já estão desgastados fisicamente. Embora a preparação dos atletas tenha sido marcada por lesões musculares (comuns no início de temporada) que mandaram para casa Benzema e prejudicaram atletas como Lukaku, Di María e Alex Sandro, a competição cresceu em nível até a decisão.
Foram 172 gols marcados, média de 2,69 por partida. No mata-mata, a competição acelerou: apenas uma das 16 partidas (incluindo a disputa do terceiro lugar) terminou 0 a 0: Marrocos e Espanha, pelas oitavas, partida que terminou com a eliminação dos espanhóis nos pênaltis. A própria decisão entre França e Argentina foi o segundo jogo com mais gols da competição, atrás apenas da goleada de Portugal por 6 a 1 sobre a Suíça, ainda nas oitavas.
Das estrelas que brigaram pelo título, a expectativa se cumpriu: Mbappé e Messi disputaram do primeiro ao último minuto das partidas que começaram como titulares. No caso de Messi, todas. O argentino ainda enfrentou duas prorrogações, já contando com a decisão. Chegaram no jogo derradeiro tinindo: Mbappé marcou três vezes depois dos 80 minutos de jogo (incluindo a prorrogação) e Messi, uma vez. Só no mata-mata, foram 12 gols a partir dos últimos 10 minutos regulamentares.
Em campo, 14 atletas superaram a barreira dos 600 minutos: Juranovic, Lovren, Kovacic, Modric, Perisic, Gvardiol e Livakovic, da Croácia; Hakimi, Ziyech e Arambat, de Marrocos; Emiliano Martínez, Messi, Otamendi e De Paul, da Argentina; e Tchouameni, da França.