Símbolo emblemático para a classe artística, o principal cartão postal da cidade comemora aniversário celebrando sua memória
Considerado um dos 15 teatros mais impressionantes do mundo, segundo a Casa Vogue, o Teatro Amazonas já foi palco de diversos movimentos artísticos ao longo de seus 126 anos. Administrado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o espaço é sinônimo da realização de um sonho para os artistas amazonenses de todos os gêneros.
Inaugurado em 1896, o Teatro Amazonas comemora seu aniversário no dia 31 de dezembro. De acordo com o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o Teatro representa o auge do ciclo da borracha e um marco da Bélle Époque no coração da Amazônia. Apolo afirma que o monumento histórico icônico se tornou uma vitrine para os artistas da Região Norte, desde sua criação.
“O Teatro Amazonas possui uma representação viva da cultura do estado, um marco não somente para a classe artística, mas para o mundo todo. Além da magnitude que ele representa mundialmente, o espaço tem um simbolismo cultural muito forte e característico da Região Norte do Brasil”, reflete o secretário.
O diretor do Corpo de Dança do Amazonas (CDA), Mário Nascimento, conta que o diferencial da casa de espetáculos está na democratização do espaço a todas as camadas da população, por conta das apresentações gratuitas e acessíveis ao público.
“O artista tem que ir aonde o povo está, mas eu penso que também temos que trazer o espectador para onde os artistas estão”, comenta. “Quando possibilitamos o acesso para as pessoas virem ao Teatro, nós abrimos um leque cultural para elas poderem consumir esse espaço, porque, por si só, ele já é a cultura”, enfatiza.
Um palco de encontros
Do erudito à música popular, todos entendem a importância do majestoso monumento histórico que, com sua beleza imponente, resgata a memória afetiva de parte do cotidiano de diferentes eras da capital. Já passaram pelo palco do Teatro Amazonas artistas de todos os estilos e sonoridades, promovendo encontros inusitados.
Segundo o diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA), maestro Marcelo de Jesus, apresentaram-se no palco da casa de espetáculos artistas regionais como Márcia Siqueira, Fátima Silva e o saudoso Zezinho Corrêa, através de uma colaboração que mescla a música erudita à popular.
“A OCA tem, desde o início, em seu DNA, essa parceria com bandas e artistas regionais. É uma questão que a gente leva todos os anos ao palco do Teatro Amazonas”, disse Marcelo, que também é maestro da Orquestra Filarmônica do Amazonas.
Marcelo de Jesus contou, ainda, que é um orgulho trabalhar diariamente no Teatro Amazonas.
“É um lugar que tenho muito respeito, por ser um marco histórico, não só no Brasil, mas internacionalmente”, destaca. “O Teatro Amazonas é uma joia, as pessoas sonham em conhecê-lo justamente por conta daquela visão de ser um teatro de ópera no coração da Amazônia”, enaltece o maestro.
Memória afetiva
A cantora e atriz de teatro Lucilene Castro declara que tocar no Teatro Amazonas é a consagração de qualquer artista. Segundo a artista, é a certeza de que a arte tem relevância para o Amazonas.
“É a celebração maior do teu trabalho. E é sempre uma emoção muito grande, eu já cantei diversas vezes no Teatro Amazonas e, em todas, é como se fosse a primeira vez”, relata.
Amiga próxima do eterno Zezinho Corrêa, Lucilene relata que o sentimento do amigo seria o mesmo sobre tocar no Teatro Amazonas, local em que ele tanto amava de se apresentar. Em 2020, a artista gravou um DVD em comemoração aos 25 anos de carreira, que contou com a participação do cantor do hit “Tic Tic Tac”.
“Nós fizemos alguns trabalhos juntos, inclusive no meu DVD, gravado em 2020, e a felicidade dele de cantar no teatro era notória para todos” afirma. “Sempre que tive a oportunidade de tocar no teatro, eu queria estar perto dos meus amigos. E ele (Zezinho Corrêa) era uma dessas pessoas que eu jamais poderia deixar de fora”, finalizou a artista.
Funcionamento
A visitação ao Teatro Amazonas acontece de terça-feira a sábado, das 9h às 17h. E aos domingos e feriados, das 9h às 13h. A entrada vale R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). Mas os amazonenses não pagam, mediante comprovação da naturalidade. O espaço conta com acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PcD).
Em 40 minutos de visitação, o público confere o espaço que é tombado como Patrimônio Histórico Nacional desde 1966 e preserva parte da arquitetura e decoração originais, com estilo arquitetônico renascentista, com detalhes ecléticos.
Espetáculos e apresentações podem ser conferidos pelo site teatroamazonas.com.br.
FOTOS: Michael Dantas/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa | Rodrigo Santos/Secom