A acalorada discussão entre o atacante Gabigol e o vice-presidente de futebol Marcos Braz pegou o Flamengo de surpresa. Entre reclamações sobre o estado do Maracanã e até a ida ao exame antidoping, farpas e xingamentos foram ouvidos. A ponto de o tema ainda ser assunto no Ninho do Urubu nesta segunda-feira. Confira em sete pontos a situação.
1. O que aconteceu?
De acordo com o ‘ge’, o atacante Gabigol e o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, bateram boca com direito a troca de xingamentos no intervalo do duelo contra o Fortaleza, no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro.
A discussão aconteceu por conta das críticas do camisa 10 sobre o estado do gramado do Maracanã e, segundo relatos, foi quente e bem acima do tom natural. Gabigol também resmungou após ser informado pelo médico Márcio Tannure que teria que comparecer ao exame antidoping após o jogo. Braz não gostou.
2. Por que Gabigol reclamou?
Devido aos buracos no gramado, o atacante se machucou sozinho e teve que ser substituído no intervalo. Ainda não há diagnóstico sobre o problema. Essa é a segunda lesão de Gabigol devido a problemas no Maracanã desde que chegou ao clube, em 2019. A outra aconteceu contra o Independiente del Valle, pela Libertadores, e o tirou de combate por 40 dias.
3. Por que Marcos Braz se exaltou?
O dirigente é um dos responsáveis diretos pela negociação que coloca a empresa Greenleaf como responsável pelo gramado do Maracanã. Além de o Flamengo ser — ao lado do Fluminense — um administrador do estádio. As críticas de Gabigol não vieram a público, mas dificilmente não estão ligadas ao fato de o rubro-negro não conseguir preservar o gramado em boas condições.
4. O que diz Marcos Braz?
Nesta segunda-feira, durante a coletiva de apresentação do atacante Luiz Araujo, no Ninho do Urubu, Marcos Braz se manifestou sobre o assunto e afirmou que o problema “será resolvido”.
De fato, a gente teve uma discussão dentro do vestiário. Isso procede. Essa discussão foi após o Sampaoli dar todas as instruções pertinentes ao jogo. A maioria dos jogadores já estava a caminho do campo. Eu não poderia ter nenhum tipo de desconforto em relação ao jogo. De fato, tive um problema com ele, só que se relatou que o começo da minha discussão não foi em relação ao gramado. A gente pode entender que a reclamação do gramado pode ser pertinente, mas a minha discussão com ele começou quando (médido Marcio) Tannure comunicou a ele que ele teria de ficar mais um pouquinho para saber quem iria para o doping — apontou o dirigente.
5. O que os companheiros acharam da situação?
Até o momento, ninguém se manifestou. A maioria dos atletas já estava a caminho do campo, mas alguns observaram a cena, como o volante Gerson. A situação assustou aos poucos presentes.
6. Quem cuida do gramado do Maracanã?
A Greenleaf. A empresa também é responsável pelos gramados do Ninho do Urubu, da Gávea, e foi contratada pelo Flamengo quando o clube usou o Mané Garrincha, em Brasília. Em 2022, foi direcionada a implementar uma grama híbrida, uma combinação de grama natural com fibras sintéticas. No entanto, a organização vem sendo constantemente criticada por rubro-negros — e por atletas do Fluminense — por não conseguir manter as condições que eles consideram ideais.
7. Há previsão de mudança?
Não. A licitação do Maracanã segue sem definição e, até lá, a concessão dada a Flamengo e Fluminense foi estendida. A dupla é favorita a vencer o novo processo e, mesmo com as reclamações de Gabigol, dificilmente a Greenleaf deixará o posto. O uso de grama sintética no estádio também está descartado, de acordo com Marcos Braz.
A posição do Flamengo é contrária ao gramado sintético. No nosso entendimento, é outro esporte. O pós-jogo é prejudicial à saúde dos jogadores, o departamento médico pode falar melhor sobre isso. Somos terminantemente contra o uso de gramado sintético. Não lembro de jogos da Premier League, da Champions League e de outras grandes ligas em gramado sintético — frisou.