Senador Plínio Valério questiona criação de Autoridade Climática e defende que Marina Silva deve pedir para sair do governo

“Em vez de criar função de Autoridade Climática, o governo deveria concentrar seus esforços em fortalecer e otimizar as estruturas já existentes”, afirmou o senador amazonense

Em artigo publicado na Crítica, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez duras críticas à atuação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e levantou questionamentos sobre a real necessidade de criação de uma Autoridade Climática, proposta pelo presidente Lula diante do aumento das queimadas no país. Segundo o parlamentar, a criação dessa nova estrutura não traria soluções substanciais para os problemas ambientais do Brasil e representaria apenas mais um peso à já sobrecarregada máquina pública. “Em vez de criar função de Autoridade Climática, o governo deveria concentrar seus esforços em fortalecer e otimizar as estruturas já existentes”, afirmou o senador.

Plínio Valério argumenta que a pasta comandada por Marina já possui uma vasta estrutura, incluindo a Secretaria Nacional de Mudança do Clima, o Conselho Nacional de Mudança do Clima e o Comitê Interministerial sobre a Mudança do Clima, e que a criação de uma nova entidade seria ineficaz. “Duplicar atribuições e inflar a administração pública com novos órgãos é um caminho ineficaz”, declarou o senador, defendendo que o foco deveria ser no fortalecimento e coordenação das estruturas já existentes. “Se a ministra Marina Silva, que comanda a pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima com uma superestrutura, não tem competência para gerir a política climática e o combate aos desastres que assolam o país, deve pedir para sair”, afirmou.

O senador também fez críticas ao que classificou como falta de ação por parte do governo federal em temas cruciais para a Amazônia, como a pavimentação da BR-319. Ele ressalta que a pavimentação da BR-319 possibilitaria uma melhor fiscalização contra crimes ambientais e ampliaria a presença do Estado em áreas isoladas.
Valério também criticou a influência de ONGs internacionais sobre a gestão climática brasileira e afirmou que o governo precisa focar em atender às reais necessidades dos povos da Amazônia. Segundo ele, o Ministério dos Povos Indígenas, chefiado por Sonia Guajajara, não tem feito o suficiente para garantir assistência e inclusão aos povos da floresta.

O senador também defendeu investimentos em iniciativas que proporcionem infraestrutura e oportunidades para essas comunidades indígenas e ribeirinhas, além de capacitação técnica por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Capacitar esses agricultores para desenvolverem atividades sustentáveis na floresta poderia impulsionar a economia local sem comprometer o meio ambiente”, disse.

Plínio Valério finalizou destacando a necessidade de revisão das práticas de órgãos como o Ibama e o ICMBio, propondo que o governo atue com apoio, em vez de punição, nas comunidades da floresta. O senador também defendeu que o governo invista em medidas concretas para combater as queimadas, como o envio de caminhões-pipa e tratores, além da capacitação técnica para prefeituras locais.

“Se nenhuma medida efetiva for tomada, a criação de uma Autoridade Climática será irrelevante diante dos problemas anunciados para os próximos anos”, concluiu Valério.

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