Composto pode ser utilizado em substituição aos fertilizantes químicos nos sistemas orgânicos de produção/agroecológicos
Com o objetivo de estimular a produção sustentável de alimentos por meio de técnicas de manejo agroecológicas, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) recomenda a produção de composto orgânico para utilização nas lavouras. A iniciativa, segundo o órgão, minimiza, também, os impactos das mudanças climáticas nas produções agrícolas e pode ser utilizado em substituição aos fertilizantes químicos.
De acordo com o gerente de Apoio à Agroecologia e Produção Orgânica (Geapo) do Idam, Mario Ono, a compostagem orgânica é um processo de decomposição de resíduos orgânicos de origem animal e vegetal, livres de contaminantes, que resulta composto orgânico. O bioinsumo, segundo ele, é utilizado na nutrição vegetal para o fornecimento de macro e micronutrientes às plantas, além de melhorar a estrutura e aumentar a atividade microbiana do solo.
“Para o preparo do composto orgânico, recomenda-se o uso de folhas secas, serragem, cinza, cupinzeiro, capim, palha, serapilheira, pau, esterco de gado e outros animais, cama de galinha, restos frescos de peixe, restos de culturas e folhas de leguminosas, que são materiais facilmente encontrados nas propriedades rurais”, informou o gerente.
Ono ressalta que a pilha de resíduos deve ser feita em um local próximo a fonte de água. Além disso, é importante que esteja fora do alcance de animais e crianças e, ainda, à sombra de árvores para não secar rapidamente em períodos de maior incidência solar.
O preparo
A montagem da pilha de compostagem deve ser preparada com as seguintes camadas: 15 a 20 cm de material seco rico em carbono (material vegetal), cobrindo toda área demarcada; mais ou menos 5 cm de resíduos fonte de nitrogênio (estercos de animais); uma camada de 10 a 15 cm de material verde rico em carbono (material vegetal); uma camada fina de 1 a 2 cm de terra fértil ou cinza; as próximas camadas são a repetição das anteriores, até atingir uma altura de 1,5m.
Segundo ele, o composto fica pronto em torno de 90 a 120 dias, dependendo do número de reviradas e do tipo de materiais utilizados, quando estiver soltinho, com a cor marrom e cheiro de terra. “Para tanto, é importante controlar umidade e temperatura da pilha de compostagem para se obter um composto orgânico de qualidade. Depois disso, o composto deve ser peneirado e o material que não ficou bem decomposto deve ser adicionado a uma nova pilha de compostagem”, reforçou o gerente.
FOTOS: Marfran Vieira/Idam