Liderança feminina da Amazônia recebe prêmio nacional por impacto social na energia elétrica

Há 17 anos, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) desenvolve projetos que melhoram a qualidade de vida das populações tradicionais e contribuem para a conservação da floresta em pé. Uma dessas frentes é o acesso à energia elétrica em comunidades remotas, um instrumento essencial para o desenvolvimento sustentável na região. À frente dessas iniciativas está Valcléia Lima, superintendente Geral Adjunta da FAS, que recebeu o Prêmio Mulheres da Energia 2025, na categoria “Impacto Social”.

A cerimônia foi promovida pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), durante o 4º Congresso Brasileiro Mulheres da Energia, na noite desta segunda-feira, 25 de agosto, no Teatro Santander, em São Paulo (SP). O evento reuniu centenas de representantes de empresas, autoridades públicas, entidades e lideranças do setor.

O prêmio reconheceu 24 mulheres, divididas em oito categorias, que estão empenhadas na geração de impactos sociais positivos através da energia elétrica em regiões de todo o Brasil.

“Recebo este prêmio com muito carinho, pois é um reconhecimento para tantas mulheres que se dedicam a fazer do nosso país um lugar mais próspero e sustentável. Cada uma delas com sua própria história, identidade e sonhos. Reconhecê-las é contribuir para um setor mais justo, inovador e inclusivo para todos”, destacou Lima.

Ações na Amazônia

A FAS desenvolve projetos alinhados às Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para ampliar o acesso à energia em áreas isoladas da Amazônia, permitindo avanços em acesso à internet, teleatendimento de saúde, monitoramento ambiental e fortalecimento da bioeconomia.

Um exemplo é o projeto “Sempre Luz”, realizado em parceria com a multinacional brasileira UCB Power, que desde 2021 fornece energia solar à comunidade Santa Helena do Inglês, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, em Iranduba (a 23 quilômetros de Manaus). A iniciativa já conta com 132 painéis fotovoltaicos, 54 baterias de lítio e nove inversores híbridos, beneficiando mais de 30 famílias. Em 2024, o projeto chegou também à comunidade Bauana, em Carauari (a 787 quilômetros da capital), e até o fim deste ano deve alcançar outras dez comunidades entre a RDS Uacari e a Reserva Extrativista (RESEX) Médio Juruá.

A energia fotovoltaica é utilizada em outras iniciativas, como o “Água+Acesso”, que garante abastecimento de água potável para milhares de pessoas, e o “Solar Community Hub”, que atua nos eixos de monitoramento socioambiental, educação, infraestrutura e saúde, beneficiado comunidades ribeirinhas e indígenas.

Até setembro deste ano, a FAS implementará o projeto “Polo de Soluções Energéticas Sustentáveis para a Amazônia” na comunidade indígena Três Unidos e na comunidade ribeirinha Tiririca, ambas no interior do Amazonas. Realizada em parceria com a Schneider Electric, líder global na transformação digital da gestão de energia e automação, o objetivo é promover tecnologias de gestão energética e estratégias inteligentes a fim de apoiar comunidades locais na transição para um modelo mais equilibrado.

“Todas essas ações reduzem a dependência de combustíveis fósseis em áreas remotas, diminuem as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e contribuem para a segurança energética em harmonia com a biodiversidade local. Assim, reforçamos nosso compromisso com a transição energética e o enfrentamento da crise climática”, conclui.

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, a melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas e a valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição apresenta resultados expressivos, como o aumento de 202% na renda média de milhares de famílias beneficiadas e a redução de 39% no desmatamento em áreas atendidas.

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