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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira a ação do Banco Central (BC) para financiar empresas diante da crise. Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, Maia defendeu uma medida neste sentido incluída na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento de Guerra, já aprovada pela Câmara, mas ainda não analisada pelo Senado. Senadores já indicaram que vão alterar este trecho, que permite a compra direta das carteiras de crédito e títulos das empresas pelo BC.
Está faltando um ponto importante (para combater a crise): garantir o capital de giro para as empresas. A Câmara aprovou e o Senado ainda não aprovou. Mas todos os países do mundo estão ampliando os poderes do Banco Central, porque os bancos não estão conseguindo financiar justamente pelo risco que passou a ser emprestar dinheiro para o setor produtivo. No mundo real, as empresas estão paradas – disse Maia.
Na quinta-feira, senadores se reuniram com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que tentou convencê-los da imporãncia da proposta. Ele estimou que o mercado de crédito em que pretende atuar soma R$ 972,9 bilhões. Campos Neto reforçou que o “banco quer colocar liquidez no mercado”, ou seja, permitir que haja recursos suficientes para irrigar os negócios, o que foi aprovado pelos parlamentares. Os parlamentares, porém, querem uma regulação maior.
Maia deu outros exemplos de atuação de bancos centrais, como o dos Estados Unidos, além de acrescentar a situação delicada da Itália.
O Banco Central italiano está pressionando o Banco Central Europeu para que possa haver mais compra de títulos italianos para dar liquidez à economia italiana, porque a segunda onda da crise prejudicou ainda mais a economia.
Durante a entrevista, Maia elogiou a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas ressaltou que Guedes demorou a entender a profundidade da crise.
(Paulo Guedes) é um quadro de grande qualidade. Acho que ele ficou muito tempo afastado lá no Rio (no início da crise). É diferente estar no Rio ou em Brasília. Ele teve dificuldade de compreender naquele primeiro momento que o cenário tinha mudado completamente. Mas, depois que ele voltou a Brasília, (melhorou). Mesmo com aquele jeitão dele, faz live, critica um, bate em outro, inclusive em mim, mas tudo bem. A gente não está aí para olhar problemas. Mais Noticias em… https://extra.globo.com/noticias/economia/sob-criticas-no-senado-maia-defende-acao-do-banco-central-para-auxiliar-empresas-24364699.html