Coronavírus contaminou mais de 570 mil profissionais da saúde nas Américas, diz OPAS

O continente americano possui o maior número de profissionais da saúde infectados pelo novo coronavírus em todo o mundo, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da OMS na região, em entrevista coletiva nesta quinta-feira. São 570 mil infectados e 2.500 mortes desde o início da pandemia. A maioria das infecções no continente aconteceram no Brasil, que já soma 270 mil casos entre os profissionais, número superior ao dos EUA (140 mil) e México (cerca de 100 mil).

Em toda a América, a maioria dos profissionais infectados eram jovens (entre 30 e 49 anos) e mulheres (75%), maioria nas profissões de saúde no continente.

No Brasil, mais de 34% das infecções foram entre técnicos de enfermagem, que estão em contato próximo com os pacientes, seguidos por enfermeiros (14%) e médicos (11%).

 Os casos totais estão estabilizando nos EUA e Brasil, mas esses países ainda estão reportando o maior número novos de casos no mundo, um sinal claro de que a transmissão ainda está ativa. Apesar destas melhorias, os custos humanos da pandemia continuam inaceitavelmente altos e ninguém os sentiu tanto quanto nossos profissionais de saúde — afirmou a diretora da OPAS, a médica Carissa Etienne.

Nesta semana, as Américas registraram aproximadamente 13,5 milhões de casos de Covid-19 e mais de 469 mil mortes.

A OPAS atribui o recorde de casos entre os profissionais de saúde na região à falta de treinamento para evitar infecções, superlotação de hospitais e falta de equipamentos de proteção individual.

No Canadá, os casos entre trabalhadores da saúde representam mais de 25% dos infectados pela doença. Nos EUA e México, são 1 em cada 7 casos. Metade da força profissional da área no México relatou metade não ter recebido equipamentos de proteção individual adequados.

A organização ressaltou também os efeitos para a saúde mental e psicológica dos profissionais da área. No Paraguai, mais de 30% tiveram problemas de ansiedade e depressão.Os problemas são piorados pela discriminação a que são submetidos. A OPAS relatou casos de ostracismo de profissionais, impedidos de adentrar em restaurantes e ônibus e até despejados de suas casas por causa de seu trabalho.

Para combater os efeitos da pandemia sobre os trabalhadores da área, a organização recomendou que sejam os primeiros a receber a vacina quando disponibilizada, junto aos pacientes dos grupos de risco. Também recomendou expansão dos serviços de saúde para possíveis futuras emergências como a atual. Na região, existem 20 profissionais para cada 10.000 habitantes, abaixo dos 30 ideais recomendados pela OMS.

 Esse vírus estará entre nós por anos e é fundamental oferecermos aos profissionais de saúde as condições adequadas para lidar com ele — recomendou Etienne. Mais Notícias em… https://extra.globo.com/noticias/coronavirus-contaminou-mais-de-570-mil-profissionais-da-saude-nas-americas-diz-opas-24620050.html

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