Alunos da rede estadual são aprovados em universidades do norte ao sul do Brasil

O foco e a determinação são primordiais para todos os estudantes que estão enfrentando a pandemia da Covid-19. Para 28 alunos de escolas da zona norte de Manaus, a combinação os fez chegar à tão sonhada vaga na universidade, seja pelas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou demais vestibulares, em universidades e institutos das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não ofertou vagas na primeira edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), razão pela qual os estudantes do estado buscaram vagas em outras regiões do Brasil. André Salomão da Silva, por exemplo, foi aprovado em Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele atribui o feito à própria persistência.

“Ainda que eu não estivesse tendo aulas presenciais, os professores estavam fazendo acompanhamento virtualmente e eu utilizei o máximo de informações que podia obter com eles. Tive auxílio de plataformas on-line e também fiz meu papel em casa, eu tinha uma rotina de estudos diários e com tempo livre”, conta o rapaz, que é egresso da Escola Estadual (EE) Senador João Bosco de Lima.

O colega dele, Américo de Oliveira Junior, diz que sempre gostou de estudar e já se dedicava às leituras e exercícios desde o Ensino Fundamental. Para ele, que foi aprovado em Engenharia da Automação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diversificar o estudo foi um dos pontos que o ajudou. “Eu lia de tudo, até TCC [Trabalho de Conclusão de Curso], documentário, o que tivesse relacionado ao que eu estava procurando, eu lia ou assistia”, recorda.

Nicolly Moçambite, ex-aluna da EE Professora Ruth Prestes Gonçalves, sempre teve facilidade nas áreas de exatas e contou ainda com o auxílio do pai, que é professor de Matemática. A jovem foi aprovada para Engenharia Ambiental e Sanitária, na Universidade Federal dos Pampas (Unipampa), no Rio Grande do Sul (RS).

“Na época em que eu estava estudando, eu assistia ao ‘Aula em Casa’ todos os dias, fazia os resumos do que eu precisava e ia estudando, me preparando. Quando começou a pandemia, usava o tempo em que antes eu dormia para estudar. Ia de 13h às 18h estudando, tirava um tempo para fazer redações, no fim de semana estudava por duas horas. Acabei passando para Engenharia Civil, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), e para a Unipampa. Espero ir crescendo cada vez mais e continuar estudando”, comenta Nicolly.

Possibilidades – Se uma aprovação é boa, cinco são muito melhores. Foi isso o que aconteceu com Lohan de Souza Soares, egresso da EE Marcantônio Vilaça I. Ele foi aprovado para os institutos federais do Amazonas (Ifam), do Mato Grosso (IFMT), do Amapá (Ifap) e de São Paulo (IFSP), mas optou pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde vai cursar Agronomia.

Para ele, a adaptação ao ensino remoto foi um desafio; entretanto, a organização o ajudou a manter uma rotina de estudos para seguir com os conteúdos.

“Como em casa tem muitas distrações, eu fazia listas e ia marcando o que já tinha feito, tirava dúvidas com os professores e me dedicava. Eu optei pela UFPB porque ela é uma universidade antiga, com professores renomados. Acho que a organização vai me acompanhar na nova fase e vou aprender com as pessoas que vou conhecer”, almeja o jovem.

FOTOS: Eduardo Cavalcante/Seduc-AM

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