Mais de 130 pessoas participaram da aula inaugural para dar boas vindas aos voluntários do projeto de telessaúde desenvolvido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Nilton Lins. O serviço de telessaúde é feito via satélite, com atendimento online, e já possui 51 pontos implantados em comunidades, e deve alcançar até o final do primeiro semestre mais de 60. O encontro foi realizado na última semana.
A parceria da FAS com as universidades dá início a uma nova etapa do programa. “Com a entrada formal da UEA e da Nilton Lins, começamos uma outra etapa no projeto com o engajamento de professores e estudantes da área de saúde”, enfatizou Virgílio Viana, superintendente geral da FAS.
A iniciativa recebe apoio do Todos pela Saúde, iniciativa do Itaú Unibanco para combater a covid-19, e tem o objetivo de desenvolver o ensino sobre teleatendimento, teleducação e teleorientação, além de subsidiar informações que auxiliem no aprimoramento do funcionamento do programa SUS na Floresta em comunidades ribeirinhas e indígenas.
Na ocasião, também foram abordadas informações sobre Segunda Opinião Formativa (SOF), Impacto Social, Saúde Indígena, Telessaúde na Floresta, perfis sociodemográficos, trabalho e formação dos agentes comunitários e indígenas de saúde.
Entre os participantes, destaque para o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana; a Superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcleia Solidade; o coordenador do Programa de Saúde na Floresta da FAS, Luiz Castro e parte da sua equipe; o reitor e professor da UEA, Cleinaldo Costa; a reitora da Universidade Nilton Lins, Gisele Lins; secretários municipais de saúde; professores de medicina e de enfermagem; estudantes e professores universitários; Agentes Comunitários de Saúde (ACS); e Agentes Indígenas de Saúde (AIS).
A Gerente de projeto de telessaúde e professora da UEA, Waldeyde Magalhães, apresentou as ações do Núcleo de Telessaúde da Universidade. “O Núcleo começou em 2005 como telemedicina e, atualmente, faz parte do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes. A UEA disponibiliza atualmente em todo o Amazonas o total de 68 antenas, 63 em áreas urbanas e cinco em comunidades indígenas”, informou.
As consultoras do Programa Saúde na Floresta da FAS, Jaqueline de Almeida e Isabela Gonçalves, falaram sobre o Projeto de Telessaúde em comunidades ribeirinhas e indígenas. “Através dele é realizado o teleatendimento, tele-educação e teleconsultoria. Os atendimentos podem ser feitos por qualquer profissional da saúde e podem ser atendidos todas as demandas da comunidade. Os benefícios para a comunidade, além do atendimento gratuito, são menos gastos com logísticas e oferta estrutura, tendo um médico especialista”, disse Jaqueline.
Foi apresentado o contexto de vulnerabilidade que a população ribeirinha e indígena vivenciam pela distância do centro urbano. “A telessaúde vem como uma ferramenta para tentar mitigar essa desigualdade. Temos 62 comunidades com antenas em atuação de telessaúde e os agentes comunitários de saúde e agentes indígenas se dedicam 40 horas semanas para estes atendimentos”, informou Isabela.
De acordo com o reitor e professor da UEA, Cleinaldo Costa, o sistema de telessaúde tem um papel muito importante para aproximar os profissionais de saúde com os moradores de comunidades distantes. “Dá voz ao comunitário, promove saúde, evita doenças e faz avançar a qualidade de saúde e de vida das nossas comunidades. Muito mais importante do que agregar equipamentos tecnológicos é o fato de ouvir as pessoas todos os dias, tratar de um cenário chamado Prevenção da Saúde e Prevenção do Adoecimento. Esse é o grande ganho de todo esse esforço, dessa experiência do projeto de Saúde na Floresta”, contou.
A reitora da Universidade Nilton Lins, Gisele Lins, explicou a importância da educação com a telessaúde. “Com as novas ferramentas tecnológicas pretendemos aproximar a educação da saúde e a telessaúde irá promover isso. Quando conseguirmos unir os agentes, a sociedade, os professores, comunidade acadêmica e os profissionais de saúde, estaremos unindo todos os elos para alcançarmos bons indicadores”, comentou.
Aliança Covid Amazonas
Viana falou sobre as ações da Aliança Covid Amazônia, iniciativa que reúne 125 parceiros com ações de combate à pandemia do coronavírus.“Um dos principais desafios nossos é a pandemia, como lidar com os sintomas e fazer o atendimento da Covid-19 na Amazônia profunda, nas comunidades ribeirinhas e indígenas. E foi assim que montamos o projeto de Telessaúde na Floresta, que faz parte do programa Saúde na Floresta com o objetivo de melhorar o atendimento básico de saúde na região”, disse.
Foto: Luiz Castro