BRASÍLIA — A cúpula da CPI da Covid pediu na manhã desta quinta-feira que seja dada proteção policial ao servidor Luis Ricardo Miranda, que trabalha na área de importação do Ministério da Saúde, e a seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que vão prestar depoimento esta sexta-feira. Também foi solicitada proteção aos empresários da Precisa, a empresa que representa no Brasil o laboratório indiano Bharat Biotech, que desenvolveu a vacina Covaxin.
Gostaria de expressar minha repugnância pela bravata do secretário-geral da Presidência República, um estafeta acrítico que fez uma despudorada coação de duas testemunhas e consequentemente desta comissão parlamentar de inquérito. Além de uma intromissão indevida em uma investigação de outro poder, ele comete um crime. Um crime, porque é um caso clássico de coação de testemunhas. E de dificuldade ao avanço da investigação — disse o relator da CPI, senador Renna Calheiros (MDB-AL).
Em entrevista ao GLOBO, o servidor afirmou que, após se recusar a assinar um documento referente à importação da Covaxin, foi pressionado por integrantes do Ministério da Saúde. Ele afirmou ter se encontrado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março para denunciar as suspeitas de irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin. CPI da Covid: veja os principais acontecimentos na comissão até agora
Renan acusou o ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) de coagir as duas testemunhas. Ele chegou a falar da possibilidade de prisão de Onyx:
Nos temos que ter uma óbvia reação. Se esse senhor voltar a incidir, não temos outra coisa a fazer a não ser requisitar a prisão dele — afirmou relator.
Onix declarou ontem que o governo pedirá para a Polícia Federal (PF) e para a Controladoria-Geral da União (CGU) investigarem o servidor.
O presidente da Comissão, Osmar Aziz (PSB-AM) , informou que pediu ontem à Polícia Federal informações sobre os inquéritos envolvendo a Covaxin e a empresa Bharat Biotech e que aguarda resposta ainda hoje. A comissão quer saber que houve algum pedido do Palácio do Planalto para investigar as suspeitas de denúncias sobre a compra da vacina indiana.
A Polícia Federal Foi oficiada para fornecer segurança aos depoentes da reunião a ser realizada amanhã e familiares, diante das ameaças relatas a esta Comissão Parlamentar de Inquérito, reitero à Polícia Federal a necessidade de cumprimento desse pleito — disse Aziz.
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