PETRÓPOLIS — Mesmo com a baixa neblina que vai tomando parte da Vila Filipe, no Alto da Serra, na manhã desta quinta-feira, dezenas de militares do Corpo de Bombeiros e do Exército buscam por desaparecidos na região. São usados cães farejadores e rês máquinas retroescavadeiras. A força do temporal e dos deslizamentos foi tão grande que uma casa de três andares ficou quase toda soterrada.
O pintor Paulo César Tavares, de 61 anos, que era vizinho de duas casas que vieram abaixo, conta que só se salvou por sorte.
É um impacto muito grande. Ver tudo sendo levado pela chuva foi dilacerante. Minhas vizinhas, ao todo cinco, morreram com a chuva. Desde o dia que aconteceu, não consigo dormir. Eu fico pensando se vai descer novamente e minha casa será atingida — conta o pintor.
Para amolecer a lama que já começa a ficar dura, bombeiros usam jatos d’água. Pelo menos duas pessoas de uma família estão sendo procuradas no local.
O motorista de uma pá mecânica, da Prefeitura de Magé, que ajuda a tirar a lama do local, conta que desde quarta-feira já encheu quase 600 caminhões. Ele relata que sente um nó na garganta quando são resgatados corpos.
Já tiramos mais de 580 caminhões de barro. Aqui a gente já viu de tudo. Trabalhamos com um nó na garganta. A gente só quer acabar com essa dor logo. Infelizmente, não estamos nem a um terço do trabalho — conta José Miranda Dutra, de 65 anos.
Reprodução: https://extra.globo.com/noticias/rio/tragedia-em-petropolis-ver-tudo-sendo-levado-pela-chuva-foi-dilacerante-diz-sobrevivente-que-acompanha-busca-por-vizinhos-soterrados-25408047.html