Na segunda-feira (7), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia realizou reunião itinerante na Câmara Municipal de Parintins, às 9h, e outra na Câmara Municipal de Maués, às 17h. Os principais pontos abordados nas sessões foram cobranças em dobro da tarifa, falta de manutenção de rede e queda de energia constante, principalmente, nas áreas rurais dos municípios.
Em Parintins, as áreas rurais são as que mais sofrem com a má qualidade do serviço da Amazonas Energia, afirmaram moradores que participaram da reunião.
“Nós que vivemos da agricultura familiar, na comunidade Santo Antônio, área rural, perdemos vários produtos tanto para consumo, quanto para venda. Às vezes, passamos 15 dias sem luz e todos os nossos alimentos estragam”, relatou um agricultor que não quis se identificar.
Durante a reunião, foram aprovados sete requerimentos, dentre eles a implantação de um polo de atendimento do Instituo de Defesa do Consumidor (Procon/AM), na cidade de Parintins, com o objetivo de atuar na proteção e defesa do consumidor, bem como a manutenção e extensão da rede de energia do programa de eletrificação rural da agrovila do Mocambo.
Também foi solicitado, por meio de requerimento, que no prazo de cinco dias, a Amazonas Energia apresente a relação dos beneficiários da tarifa social de energia e Cadastro Único para Programas Sociais (Cadúnico), assim como os que tiveram o benefício negado, no intuito de nortear as investigações da CPI.
“Queremos dar voz ao cidadão que se sente intimidado pela concessionária, pois, conforme relatos, o desrespeito é constante junto aos consumidores, fazendo com que a maioria tenha um desgaste emocional. O certo é que não dá para ficarmos desse jeito, nas mãos da empresa, por isso lutamos por um serviço de qualidade para o Amazonas”, disparou o presidente da CPI, deputado estadual Sinésio Campos (PT).
Em Maués, as quedas de energia também foram bastante citadas pelos moradores tanto da sede, quanto da área rural. Segundo a população, a oscilação na rede elétrica impacta, negativamente, na economia do município.
“O setor primário sofre com o péssimo serviço dessa empresa. Se quisermos produzir em larga escala o guaraná, por exemplo, ficamos impossibilitados porque a energia cai, não volta e passamos de cinco a dez dias sem luz”, comentou Hélio Alberto.
Dois requerimentos foram aprovados em Maués, um deles solicita, no prazo de cinco dias, os valores repassados pela concessionária à prefeitura, nos últimos três anos. A intenção é averiguar se houve encontro de contas. O outro requere informações sobre a relação dos beneficiários da tarifa social de energia e CadÚnico.
A próxima reunião itinerante da CPI da Amazonas Energia será quinta-feira (10), às 15h, na Câmara Municipal de Iranduba, localizada na Praça dos Três Poderes, Centro.
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