A inadimplência cresceu no país em outubro, atingindo novo patamar recorde desde o início da série histórica, em 2010. A proporção de famílias brasileiras com contas atrasadas foi de 30% para 30,3% no mês passado. É a quarta alta mensal consecutiva, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em um ano, o avanço no indicador chega a 4,6 pontos percentuais (p.p.) — o maior aumento percentual desde março de 2016.
“O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês”, pontua o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Endividamento
No quesito endividamento — considerando as pessoas que têm dívidas a pagar, mas não necessariamente em atraso —, 79,2% das famílias pesquisadas relataram ter débitos a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestações de carro e de casa).
Neste ponto, no entanto, a pesquisa apontou uma queda de 0,1 ponto percentual na proporção de endividados em outubro, após três altas consecutivas.
Em 12 meses, porém, a proporção de endividados avançou 4,6 p.p.. Ainda assim, é a menor taxa anual registrada desde julho de 2021.
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De acordo com a CNC, o endividamento está menor tanto entre as famílias com rendas média e baixa (até dez salários mínimos ou seja, até 12.120) quanto para aquelas na faixa de maiores rendimentos (acima de dez pisos nacionais).
Em outubro, a maior redução do endividamento foi registrada entre os consumidores de renda mais elevada. O recuo, neste caso, foi de 0,5 p.p.
Quando se considera o acumulado em um ano, no entanto, a proporção de endividados cresceu mais, justamente, no grupo de renda alta — com o crescimento foi de 5,8 p.p., contra uma elevação de 4,3 p.p. para os que ganham menos.