O projeto de extração de manganês, mineral usado na formação de liga de ferro para a indústria e na correção e nutrição do solo para a agropecuária, com equipamentos no local, mão de obra qualificada beneficiando 4 cooperativas de 50 famílias cada, ganhando até 30 mil/mês por produção, foi aniquilado em plena voo, por decreto da então presidente Dilma, transformando todo o espaço em Área de Proteção Ambiental.
Executado no município de Novo Aripuanã, na região do Madeira, onde o emprego formal na relação do Caged é 0, o decreto acabou também com dezenas de outros ‘projetos de extração mineral, já aprovados pelos organismos ambientais, deixando o interior do Amazonas no mais absoluto vazio econômico, pois 97% da economia gerada pela Zona Franca é em Manaus, capital do Estado.
Este foi um, entre dezenas de relatos, ouvidos pelo senador e vice presidente da Comissão de Assuntos Econômicos –CAE, do Senado, durante a audiência que realizou na cidade, no dia 29 de novembro, no Plenário da Assembleia Legislativa, congregando todo o universo de técnicos, geólogos, dirigentes de órgãos de pesquisas e de responsabilidade ambiental, investidores e representantes de povos indígenas, para debater os caminhos de exploração sustentável econômica, ambiental e social do minério no estado do Amazonas, a partir da identificação de imensuráveis estoques no subsolo, em condições de extração gerando riquezas e promovendo o bem estar dos moradores, 2 milhões entre a floresta, rios e beiradões.
Paralelo a cada relato o senador ouviu também denúncia contra atos suspeitos de ONGS espalhadas na região, recebendo milhões de fontes nacionais e internacionais, mas sem fomentar um benefício coletivo na região. Foi o caso do presidente da comunidade indígena Lucas Tucano, que defendeu a exploração mineral, como um desejo dos indígenas que não querem mais serem moedas de troca das ONGS, mas parceiros de investimentos, participantes do esforço, do trabalho e do rendimento do esforço conjunto. Ele afirmou que índio não tem terra e a proibição que criaram é apenas um pretexto para impedir a exploração mineral.
Ao informar que na fronteira da Venezuela Colômbia e Brasil, na chamada Cabeça do Cachorro é um mina de metais preciosos, Lucas Tucano garantiu que as ONGS recebem 10 milhões, mas não chega um centavo na ponta, na maloca, além de uma caixa de frango e um pedido para o índio dançar em volta da oca.
O senador Plinio Valério recolheu todas as informações, solicitou narrativas e documentos para o funcionamento da CPI das ONGS, quando delirantemente aplaudido ao anunciar sua aprovação e lembrou que os depoimentos são similares a sua posição de defesa da liberdade econômica no Amazonas e que não se pode transformar em tragédia uma queimada, quando, segundo a UNICEF, num relatório mundial, afirmou que o Amazonas é o pior lugar para uma criança viver e crescer, com mortandade de 1225 antes de completar 6 anos.
Outro líder indígena, Paulo Apurinã denunciou diretamente as ONGS, garantindo que nunca ouve qualquer beneficio, apesar das fortunas liberadas por países da Europa e de patrocínios nacionais e que trata-se de quadrilhas de assaltantes do dinheiro público em nome da miséria humana. O índio, afirmou Paulo Apurinã, não tem assistência, não tem remédio e não tem alimentos e se vira caçando o pescado a comida de cada dia.
Jornalista formado no exercício da profissão Plínio Valério lembrou que quando repórter entrevistou um dos maiores cientistas ambientais Djalma Batista que definiu a questão com uma frase, “falar da Amazônia é falar do desconhecido” e por este motivo tantos se aproveitam da falta de informação para aplicar golpes.
Mas um dos entraves da exploração mineral no Amazonas é a burocracia e as exigências ambientais que praticamente anulam qualquer investimento, como citou o empresário Jaime Benchimol, sócio do projeto de prospecção e produção de potássio no Amazonas, que deveria ter iniciado em 2017, mas que até hoje não conseguiu a liberação ambiental, com 87 itens, entre os quais a “educação sexual dos moradores do entorno do projeto”.
O representante do Governo do Estado, André Costa explicou que a extração do potássio, cujas minas no Amazonas são capazes de atender a demanda brasileira por 100 anos, é fundamental porque o pouco que é produzido atualmente, em Sergipe, terá se exaurido no próximo ano. O dirigente, que é geólogo, explicou que em 1970 foi descoberto potássio em Nova Olinda no Amazonas, em grande escala, mas o poder nacional preferiu liberar uma pequena lamina em Sergipe, hoje sem nada, obrigando a importação de todo o produto.
A listagem dos estoques minerais no solo do Amazonas foram delineados, com apresentação de documentos, fotos e estudos documentais, desde ao depoimento do deputado estadual Sinésio Campos, presidente da Comissão Mineral da Assembleia, até o diretor de infraestrutura Geocientifica do CPRM Fernando Pereira de Carvalho, passando pelo geólogo Marcelo Pinto, que já sofreu os efeitos da discriminação, destruindo um projeto de extração do tântalo que, segundo ele, é mais valioso do que o nióbio, outro mineral abundante na região do Rio Negro.
O senador Plínio Valério passou a ser a referência na explosão da caixa preta do minério no Amazonas e se colocou a disposição de todos os interessados, garantindo que não faltará coragem para enfrentar poderosos e nem capacidade para decifrar os problemas que prejudicam as comunidades, passando a ser a amplificação das vozes e sempre a serviço das comunidades
Plínio Valério defendeu a preservação do meio ambiente, mostrando que isso o homem amazônico sabe fazer bem, mas concordou com o empresário e cientista Jaime Benchimol de que não se pode tirar o homem do centro da equação, valorizando apenas floresta rios e animais, mas desprezando o ser humano.
Fotos: Haroldo Filho