Visando o manejo sustentável do jacaré, técnicos da Sema participam de capacitação em Tefé

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) participou de curso promovido pelo Instituto Mamirauá sobre legislação, licenciamento e assessoria de desenvolvimento do manejo sustentável de jacarés, no município de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus). A atividade, realizada entre os dias 25 de novembro e 1º de dezembro, tem como finalidade ser uma das etapas para a liberação de licença para o manejo do jacaré no Amazonas para o ano de 2020.

A capacitação reuniu 11 técnicos de diversas organizações para um ciclo de palestras sobre a biologia do jacaré e metodologias de coleta e análise de dados, além de instruções de monitoramento e captura do animal. O curso contou com atividades práticas na comunidade Jarauá, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá – que também foi escolhida para ser a possível primeira unidade de conservação a realizar o manejo de jacarés. A RDS Mamirauá é uma das 42 unidades de conservação estaduais gerenciadas pela Sema, e tem um trabalho sólido relacionado ao manejo de pirarucu.

Para o secretário de estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a capacitação dos técnicos é um importante passo para a estruturação de mais uma cadeia produtiva no estado.

“É importante deixar claro  que a Sema trabalha para melhorar a qualidade de vida de quem vive nas comunidades ribeirinhas. Participando desta oficina, avançamos na capacitação para a liberação de licenças do manejo do jacaré. Ressaltando que o abate não será feito para controle da população, e sim para dar condições regulamentadas para a exploração sustentável, gerando renda e garantindo a defesa do território e espécie”, destacou.

Espécie – O jacaré é um dos animais da região amazônica com grande potencial econômico, por ser completamente aproveitado para comercialização. O couro é vendido para o mercado de bolsas e sapatos por cerca de R$ 30 o centímetro, já a sua carne é destinada à alimentação e as vísceras são utilizadas para fazer ração.

A primeira licença para abate de jacaré na atividade primária, em unidades de conservação, foi assinada em 2018, autorizando o funcionamento de abatedouro e entreposto flutuante de abate do animal na comunidade rural Jarauá, no município de Uarini (distante 565 quilômetros de Manaus), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá. A licença tem validade de 5 anos, período no qual poderão ser abatidos até 10 mil animais das espécies jacaré-açú e jacaretinga no rio Paraná do Jarauá, seguindo normas dos órgãos ambientais.

Grupo de trabalho sobre manejo de jacaré – O núcleo de pesca da Sema instituiu, no início de 2019, um Grupo de Trabalho (GT) sobre o manejo de jacaré. O GT é  composto por 20 instituições que discutem os processos de encaminhamento para construção das bases de liberação do manejo sustentável das quatro espécies de jacarés amazônicos: Melanosuchus niger (jacaré-açu), Caiman crocodilus (jacaretinga), Paleosuchus palpebrosus (jacaré-paguá) e Paleosuchus trigonatus (jacaré-coroa).

Participam do GT diversas organizações como a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Fundação Amazonas Sustentável (FAS).

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