Adolescente que jogou garoto do décimo andar de prédio em Londres admite tentativa de assassinato

LONDRES — Um adolescente britânico admitiu nesta sexta-feira que jogou um menino francês de 6 anos de uma plataforma de observação do décimo andar na galeria de arte Tate Modern, em Londres, com a intenção de matá-lo.

Jonty Bravery, que tinha 17 anos na época do incidente, em 4 de agosto, justificou o ato dizendo que queria aparecer no noticiário da televisão. Ele se declarou culpado da acusação de tentativa de assassinato no tribunal de Old Bailey, em Londres, informou o Serviço de Promotoria da Coroa (CPS) em um comunicado.

A vítima, que estava visitando a Grã-Bretanha com sua família, caiu de uma altura de cinco andares e foi encontrada em um telhado do 5º andar. Na época, testemunhas disseram ouvir a mãe da vítima gritando: “Onde está meu filho? Onde está meu filho?”

O menino sobreviveu, mas sofreu hemorragia no cérebro e teve vários ossos fraturados, segundo a promotoria. Bravery, que foi preso logo depois, disse à polícia que planejava ferir alguém no museu para aparecer na televisão. Seu nome só foi divulgado em outubro, quando o jovem completou 18 anos.

Uma foto divulgada pela Polícia, em 6 de dezembro de 2019, mostra Jonty Bravery posando para sua fotografia de custódia em Londres Foto: HANDOUT / STR

Este incidente devastador e chocante na Tate Modern mudou a vida da jovem vítima e a de sua família para sempre — disse a promotora Emma Jones. — O garoto foi escolhido por Bravery, que o jogou da plataforma de observação com a intenção de matá-lo. O fato de ele ter sobrevivido a uma queda de cinco andares foi extraordinário.

Bravery, que tem transtorno do espectro autista, transtorno obsessivo-compulsivo e provavelmente apresenta um transtorno de personalidade, está no Broadmoor Hospital desde meados de outubro, segundo a rede britânica BBC. Ele será sentenciado em 17 de fevereiro.

Policiais, paramédicos e bombeiros na área externa do Tate Modern, no dia 4 de agosto. A galeria foi evacuada após uma criança de seis anos ser jogada do décimo andar do prédio.

A família da vítima disse que a criança ferida ainda precisa de reabilitação intensiva e não recuperou a mobilidade de todos os seus membros ou capacidades cognitivas. Ele é constantemente acordado pela dor, mas não consegue comunicar isso, disse a família em um comunicado divulgado pela polícia.

“A vida parou para nós há quatro meses. Não sabemos quando, ou mesmo se, poderemos voltar ao trabalho ou voltar para nossa casa, que não é adaptada para cadeira de rodas”, disse a família no comunicado. “Estamos exaustos, não sabemos aonde tudo isso vai nos levar, mas continuamos.”

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