Com 361 vítimas fatais na China (e 1 nas Filipinas), segundo o último balanço oficial divulgado nesta segunda-feira, o novo coronavírus já causou mais mortes no país continental do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou 349 pessoas na região entre 2002 e 2003
Dos 58 novos óbitos reportados nesta segunda-feira, 57 foram na província de Hubei, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.
De acordo com a Comissão Nacional de Saúde chinesa, 2.829 novos casos de coronavírus foram diagnosticados no domingo. Agora, o número total de infectados é 17.220.
Segundo a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores dhinês, 16 desses contaminados são estrangeiros. Dois deles já teriam sido curados, e os demais 14 permanecem internados.
Especialistas acreditam que o novo coronavírus surgiu em dezembro em um mercado especializado em frutos do mar de Wuhan, que também vendia clandestinamente carne de animais exóticos.
Os casos de infecções se espalharam para além da província, enquanto o povo chinês viajava pelo país e pelo mundo para celebrar o feriado do Ano Novo Lunar, que começou na semana passada.
Por causa do surto, vários países intensificaram as medidas de precaução, bloqueando suas fronteiras e repatriando seus cidadãos.
A epidemia levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência internacional, já que mais de 20 nações reportaram casos da doença.
Neste domingo, foi registrado o primeiro óbito fora da China. Um chinês de 44 anos e natural de Wuhan, epicentro da epidemia, morreu nas Filipinas.
Diante da expansão da doença, os países do G7 vão providenciar uma resposta conjunta para combatê-la, conforme anunciou neste domingo o ministro da Saúde alemão, depois de conversar por telefone com o chefe do Departamento de Saúde dos Estados Unidos.
Todos os integrantes do grupo (formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) já registraram casos da doença em seus territórios.
Neste domingo, na França, cerca de 20 passageiros que estavam num avião de repatriados da China ficaram retidos no aeroporto de Istres (sul), aguardando análise de exames, pois haviam apresentado sintomas do novo coronavírus, disse a ministra da Saúde francesa, Agnès Buzyn.
Brasil vai repatriar cidadãos
Após o apelo de um grupo de brasileiros que vive em Wuhan, que divulgou um vídeo pedindo ajuda ao presidente Jair Bolsonaro e seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o governo anunciou que vai repatriá-los.
O comunicado não informa quantos brasileiros ainda estão em Wuhan, nem determina quando a operação de repatriamento começará. Mas explica que todos os cidadãos que retornarem deverão passar por uma quarentena, “de acordo com os procedimentos internacionais”.
A logística da viagem ficará a cargo da Força Aérea Brasileira, enquanto a embaixada do Brasil em Pequim assumirá o trabalho de organização e informação.
Não há números oficiais sobre quantos brasileiros estão em Wuhan. As estimativas iniciais falavam de 70 pessoas, mas algumas viajavam por seus próprios meios antes que a cidade fosse declarada em quarentena.
Opep convoca reunião
Por causa dos efeitos do surto sobre os preços do petróleo, que caíram drasticamente desde o início do ano devido à crescente preocupação com a economia da China, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia realizarão uma reunião técnica na terça e na quarta-feira para discutir a situação.
De acordo com uma fonte próxima da Opep, está previsto um encontro de um comitê técnico misto (JTC) em Viena, onde fica a sede da organização, para analisar as questões que afetam os preços do petróleo. Mais Noticias Em… https://extra.globo.com/noticias/numero-de-mortes-por-novo-coronavirus-supera-da-sars-na-china-24226831.html