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Tomando como base o best seller “Como as democracias morrem”, em que os professores de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt sinalizam o caminho para o colapso das grandes democracias no Mundo, na tribuna o senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou a perda de tempo e a incapacidade do governo do presidente Jair Bolsonaro em resolver as grandes questões nacionais, com a criação de sucessivas tempestades e crises inúteis. O cabo de guerra entre o Planalto e o Congresso sobre o controle do orçamento foi citado com mais um exemplo dessa polarização considerada por ele altamente negativa para o País.
O livro citado mostra que os golpes hoje no Mundo não são dados com tanques blindados e militares nas ruas, mas com maus políticos eleitos que usam as leis para se perpetuar no poder e travar luta política.
Temos na nossa agenda – ou deveríamos ter – uma longa sequência de definições que exigem esse debate. E a verdade é que o País já perdeu muito tempo. E o que é pior: pessoas que deveriam ser responsáveis por segurar o timão do barco, o comando para que a gente atravessasse a tempestade são os primeiros a criar a tempestade. E essa polarização, é altamente negativa _ criticou Plínio.
Pregando o diálogo e o equilíbrio, Plínio criticou os ataques a posições contrárias , disse que não tinha receio em se rotular de centro, mas não tinha nada a ver com o chamado Centrão . Nas redes sociais, lembrou, é sempre aplaudido quando se posiciona em matérias de interesse do País alinhado com o governo. Mas atacado se toma posições contrárias. Plínio disse que quer foi eleito para colaborar com o Governo no que for bom para o País, não para obedecer cegamente Bolsonaro. Mesmo assim, disse, o balanço mostra que tem votado majoritariamente favorável as pautas do Governo por considerar que é bom para o Brasil.
É um ato de coragem quando a gente diz “eu não pertenço a esse pessoal que quer o golpe militar”. Eu também não pertenço a essa gente que diz que o Governo não presta em nada.
O duelo, essa questão de direita e esquerda cega. As pessoas já não conseguem mais enxergar que, quando eu faço oposição, quando eu faço um contra-argumento ao seu argumento, eu estou discutindo, eu não estou lhe chamando de nenhum palavrão, nem sendo seu inimigo. Discordar não é ser inimigo _ esclareceu Plínio.
Plínio encerrou seu discurso apelando para que os senadores e o Congresso assumam o papel de reequilíbrio dos poderes para evitar o cabo de guerra permanente que tem atrapalhado o avanço do País e a aprovação de matérias importantes para a população.
Se há desequilibrados, eles existem em todos os lugares. Quando a gente falava que ia manter o veto, a gente via neles vibração sincera. Agora, lidar com robô, máquina, e lidar com robô ser humano que abdicou do direito de pensar, que entregou para outro o seu direito de pensar, é um robô humano _ concluiu Plínio.