Servidor com deficiência visual trabalha com o auxílio do braille na UPA José Rodrigues

Projeto da unidade identificou todo o almoxarifado, no qual o servidor trabalha, com placas em braile. Organizar medicamentos, insumos e distribuir para a enfermagem. Essas são as tarefas que o servidor da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Antônio Honório, de 53 anos, realiza com o auxílio do braille. Ele atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) José Rodrigues, no bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus.

A unidade padronizou, com o auxílio de placas em braille, todo o almoxarifado, promovendo a inclusão do servidor, que tem limitação visual.

Na avaliação da diretora da unidade, Glenda Freitas, a deficiência visual de Antônio não se tornou um empecilho no trabalho e com a ação de inclusão, por meio da identificação com sistema de escrita tátil, ele dá exemplo de superação ao executar com excelência as tarefas diárias.

“Quando ele veio para o almoxarifado, foi bem acolhido e junto com os meninos do setor e a gerência administrativa, tiveram a ideia do projeto de identificar tudo em braille para facilitar o trabalho dele, que é uma pessoa super ativa, que quer ser produtivo, um funcionário público extremamente produtivo”, elogiou.

Antônio conta que perdeu a visão aos 20 anos e voltou à escola, desta vez, para aprender a nova linguagem. Com o conhecimento, passou a trabalhar no Distrito Industrial e conciliar os estudos em busca de uma vaga em concurso público, tendo sido aprovado no concurso da Susam de 2014.

“Perder a visão não foi perder tudo. Passei a ir para a escola para eu aprender o braille e depois de um ano que eu aprendi, fui trabalhar no Distrito, fiquei um ano e saí, quando fui estudar para concurso. Foi quando eu passei na prova para a Susam, fui chamado para trabalhar na (Maternidade) Ana Braga e depois vim pra cá”, relembrou Antônio, que também é maratonista.

Organização – No almoxarifado, são armazenados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), seringas, remédios e outros utensílios que o hospital necessita. Colega de Antônio no setor, Francimar Cabral, 42, explica que a unidade é que se adequou ao servidor e não o contrário.

“Ele cuida da organização da separação do material, às vezes, a gente leva o material, seu Antônio vai porque ele não gosta de ficar quieto aqui. Ele quer sempre fazer alguma coisa, organizando, separando, levando material. Têm pessoas que não têm nenhum problema e nenhuma dificuldade, mas que, muitas vezes, se negam a fazer, a carregar uma caixa, por exemplo. Já seu Antônio, eu até brigo com ele, digo que não precisa, mas ele vai”.

Sistema de escrita – Braile ou braille é um sistema de escrita tátil utilizado por pessoas com deficiência visual ou com baixa visão. É tradicionalmente escrito em papel relevo.

Sonoras: Diretora da unidade, Glenda Freitas; servidores da UPA, Antônio Honório e Francimar Cabral.

Fotos: Rodrigo Santos/Susam

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