Covid-19: levantamento evidencia impacto da desigualdade em casos mais graves

Morador de Bangu, João da Silva tem 69 anos, é pardo e estudou até o ensino médio. O idoso sofria de doença cardiovascular e diabetes. Dias depois de ter febre, tosse e dificuldades para respirar e de um exame de imagem constatar que estava com Covid-19, ele morre. Esse é um personagem fictício construído a partir das principais características de idade e de evolução da doença de 4.602 pessoas infectadas, desde o início da pandemia no Rio, que morreram sem sequer passar por uma UTI.

O levantamento feito com base nos dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep-Gripe) do estado — que reúne informações sobre os casos mais graves de coronavírus — mostra que esses pacientes, muitos deles idosos, tiveram seu tratamento impactado pela desigualdade social. Enquanto em boa parte de bairros da Zona Sul, menos de 20% das mortes aconteceram sem que o infectado tenha dado entrada em uma unidade de terapia intensiva, na Vila Kennedy, por exemplo, o percentual chegou a 60%.

Essas 4.602 pessoas representam 24,6% de todas as mortes na cidade, que chegaram nesta quarta-feira, dia 24, a 18.638. Pela lista, é possível saber que os 20 bairros com menos ingresso de pacientes graves em UTIs — proporcionalmente ao total de óbitos — ficam nas zonas Norte e Oeste. Entre eles, Bangu, Campo Grande, Realengo, Santa Cruz, Vila Kennedy, Senador Camará, Parada de Lucas e Costa Barros.

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