CPI das ongs acusa Itamaraty de desrespeito com o Senado e irá devolver as 648 páginas de documentação enviada em inglês

BRASÍLIA. O presidente da CPI das ONGs, Plínio Valério (PSDB-AM) , anunciou hoje durante sessão da comissão, a decisão de devolver ao Ministério das Relações Exteriores (MRE),  toda a documentação enviada pela pasta em atendimento a requerimento do relator, senador Márcio Bittar (UB-AC) . Membros da CPI consideraram acintosa , “um deboche”, a resposta enviada pelo Itamaraty, 648 páginas em inglês. A CPI , órgão chancelado pelo Senado Federal , exige o reenvio adequado, em português.

“Isso é um acinte, um desdém, e não posso aceitar. Não estou nos Estados Unidos e me recuso a ser  colonizado. Como senador eu exijo respeito por parte do Itamaraty, que faça a coisa certa, que não brinquem conosco. O Senado não é lugar de brincar”reagiu Plínio Valério.

Na sessão também foi aprovado convite ao diretor do IBGE, Simar Azeredo, para que explique a participação da ONG Instituto Socioambiental (ISA), na formulação de nova metodologia no questionário do Censo 22, que resultou no aumento de quase 100% da população indígena em 10 anos: de 896.9 mil em 2010 , para 1.6 milhão agora. O formulário do IBGE alterado com a participação explícita de  Tiago Moreira, pesquisador do ISA incluiu uma autodeclaração com a pergunta: “você se considera indígena?”

“Isso confirma o que a gente denuncia e uma depoente também falou em relação a população indígena em Autazes ( onde ONGs querem impedir a exploração de potássio alegando proximidade com terras indígenas) : estão fabricando índios, os mestiços estão sendo tornados indígenas  para espalhar onde querem , depois, pedir a demarcação de terras. Não há como uma população dobrar em 10 anos” disse Plínio.

A pedido do senador Beto Faro (PT-PA), a CPI aprovou um aditamento transformando a convocação do diretor da Natura , João Paulo Pereira, em convite. Mas com a ressalva de que se não atender ao convite, será novamente convocado para explicar denúncia de exploração de indígenas na cadeia de catação de amêndoas de andiroba usadas na produção de produtos de beleza.

Encerrando a fase de depoimentos de indígenas e pesquisadores , hoje a CPI ouviu o jornalista Lorenzo Carrasco, autor do livro  “Mafia verde”: o ambientalismo a serviço do governo mundial. Lorenzo falou da manipulação de populações indígenas na Amazônia e acusou países desenvolvidos de interferência na soberania brasileira por meio de pesados investimentos em ONGs. Segundo Lorenzo, “não há almoço grátis” e as ONGs regiamente financiadas tem o apoio da própria Justiça que trabalha contra a transparência.

“Qualquer ONG que recebe dinheiro de estrangeiro é uma organização de estrangeiros. Quem põe dinheiro, manda. Se as ONGs recebem dinheiro da Inglaterra, obedecem a agenda de fora. Essa estrutura se infiltrou dentro do Estado brasileiro. Há enclaves coloniais na estrutura nacional” disse Carrasco.

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