Como relator da PEC que confere independência financeira ao Banco Central, Plínio Valério se reúne com representantes de entidades de funcionários do banco para debater seu parecer

BRASÍLIA. Relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para dar autonomia financeira e independência orçamentária ao Banco Central (BC), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) deu início hoje o debate com dirigentes de três entidades representativas de servidores do banco para compor seu relatório. A ideia de Plínio, que é autor da lei de autonomia do Banco Central em vigor desde 2022, é ouvir todas as partes _ banco, servidores e governo _ para compor seu parecer á PEC de autoria do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e submeter a votação em no máximo três meses.

Participaram da reunião Natacha Gadelha Rocha Presidente da ANBCB (Associação dos Analistas), Diego Rodrigues Aredes, Presidente do SinTBacen (Técnicos) e Fábio Faiad Presidente do SINAL (Sindicato). Além de garantia da independência financeira do BC, os representantes dos servidores dizem que a maior preocupação é garantir no texto da PEC a estabilidade funcional.

“Como são testemunhas, a minha preocupação maior como autor da lei de autonomia do Banco Central foi de impedir a ingerência política com a troca de governo no Planalto. Se nossa lei não estivesse em vigor, Lula já teria trocado o presidente quantas vezes para conseguir a queda dos juros na marra, com consequente estouro da inflação. Essa PEC irá completar a lei, dando agora a autonomia financeira ao órgão. Não vamos atrás para pedir a benção de ninguém, mas quem quiser vir aqui vou ouvir e aceitar sugestões do que é bom e o que prejudica. Não tem cabimento eu piorar a lei” explicou Plínio Valério.

Todos os participantes da reunião repetiram que defendem o fortalecimento do BC, e que para isso é necessário preservar a estabilidade funcional dentro das novas regras em análise.

“Temos uma grande expectativa com essa PEC e nossa maior preocupação é com a estabilidade funcional para o fortalecimento do BC e melhor execução das nossas tarefas” disse Natacha Gadelha.

Com boa interlocução com o presidente do BC , Roberto Campos Neto, Plínio já tem em mãos um estudo enviado por ele com pontos a serem considerados em seu relatório. Mas ainda não foi procurado pelo ministro da Fazenda, Fernando Hadad, para expor sua posição em um tema sensível para o governo.

“Tenho ouvido que há resistência no governo com a ampliação da autonomia do Banco Central. Mas porque o governo não quer? Por birra? Logo Lula vai poder mudar o presidente do BC , então não vejo porque” disse Plínio.

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