Pelo projeto agora cerca de 45% da população brasileira, os pardos tem que se declarar negros, o que seria o extermínio dos pardos. Em defesa da maioria da população amazonense parda, Plínio apresentará emenda para deixar claro que negro é negro e pardo é pardo
Em defesa da inclusão de pardos, cerca de 45% da população brasileira, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) protestou contra o estraçalhamento do projeto original que prorroga as cotas para negros em concursos do setor público. Ao votar contra o substitutivo apresentado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) transformando todos os pardos em negros , Plínio destacou que o que está em jogo no projeto nunca foi o racismo, mas apenas a prorrogação das cotas para negros no serviço público. Porta voz de entidades representativas dos pardos e mestiços em relação ao projeto, Plínio explicou que não se pode eliminar os pardos para dizer que eles são negros.
“Não chego tanto a dizer que é um genocídio, mas pode ser comparado, porque nós vamos exterminar toda uma raça ( pardos), e o que eu quero é não permitir isso. Se não conseguir, que os Anais registrem que o Senador do Amazonas Plínio Valério tentou, de todas as formas, não matar, não extinguir os pardos” discursou Plínio.
O projeto excluindo os pardos foi aprovado na CCJ foi aprovado em primeiro turno, mas depende de uma segunda votação em turno suplementar, quando ele continuará brigando pela inclusão de emenda de Plínio para garantir que pardo é pardo e negro é negro.
“O projeto original tratava de prorrogação! Eu discordei do relatório, porque deturpou, estraçalhou o projeto original, notadamente, na parte que diz, que se considera negro: aquele que se autodeclarar pardo. Pardo não é negro. Este Senador não tem nada a ver com racismo contra negro. Pelo contrário, eu acho necessário, sim, mas eu vejo perigo aí, quando, em nome da igualdade, você busca a diferença” explica Plínio.
O senador reafirma que é favor da prorrogação necessária das cotas, mas vai tentar impedir que, em nome da justiça, se pratique uma grande injustiça com os negros, sejam injustos com os pardos, e , numa canetada, numa lei, num artigo, se extermine toda uma raça.
“O pardo vai se declarar negro como exige a lei, mas quando vai para as bancas, perguntam qual é a sua cor? Você fala: negro. Aí o cara fala: “Você é negro? Você não tem traço nenhum de negro…” Mas está lá na lei! Ele tem que dizer que é negro, porque colocaram o pardo como negro. Então, o que se quer com isso? Você faz uma grande reserva, em nome dos negros, para, na hora da banca, discriminar os não negros. É isto o que os pardos estão querendo, que eles sejam separados: pardo é pardo, negro é negro. Ponto! Só isso” explicou Plínio.
Na discussão na Comissão de Constituição e Justiça, Plínio se associou aos que defendem que se aprove uma lei de cotas sociais para todas as etnias inclusive de brancos pobres.
“No mais, eu acho que tem que reafirmar mesmo, a gente tem que um dia chegar nas cotas sociais, os pobres que não tiveram acesso. Por que só os pobres negros que não tiveram acesso? O pobre pardo, o pobre indígena, o pobre branco também não teve acesso. Nós vamos chegar a isso, sim” defendeu.