Testes de Covid-19 precisam se adequar para diferenciar novas cepas do vírus, diz especialista

Com a emergência de novas variantes do novo coronavírus, é preciso adequar os testes para que seja possível diferenciar as versões do Sars-CoV-2 que estão circulando, afirmam especialistas. Mas a vigilância genômica e a rede de testagem não estão dando conta de monitorar a variante P.1, de Manaus, que se espalha pelo país.

A vigilância genômica é ausente, e não há critérios para sequenciar amostras e mapear as mutações — diz Maria Amélia Veras, epidemiologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O Brasil atingiu ontem a marca de 10 milhões de resultados positivos em testes para Covid-19 desde o início da pandemia. Pesquisadores afirmam que, em razão das falhas de notificação, o número real de casos acumulados deve ser pelo menos o dobro, e lacunas nos dados os impedem de saber se os diagnósticos feitos chegaram aos pacientes a tempo.

A subnotificação pode ser dimensionada por meio de pesquisas de soroprevalência (frequência de indivíduos que apresentam um determinado elemento sangue), feitas por amostragem com testes para identificar anticorpos. Mas a última no Brasil ocorreu em julho do ano passado. No mundo, são 110,2 milhões de diagnósticos acumulados.

O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (RS), retomou a pesquisa de soroprevalência agora e deve divulgar novos resultados nacionais em março. Porém, ele já tem uma estimativa do tamanho da população que já teve contato com a Covid-19.

O Brasil tem, no mínimo, 20 milhões de casos acumulados, mas eu acho que está mais perto dos 40 milhões — diz, o pesquisador, baseado na quantidade de resultados positivos obtidos no Rio Grande do Sul, onde a pesquisa não foi interrompida.

Outro grupo de pesquisa, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), usa o que se acredita ser a taxa de letalidade da doença no país (uma morte a cada 90 casos), e chega a um número parecido. Os pesquisadores liderados por Domingos Alves avaliam que o número real de pessoas expostas à Covid-19 já passou de 21 milhões.

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