Um dos maiores expoentes da música brasileira e considerada a “Diva da Bossa Nova”, a cantora Leila Pinheiro foi a artista responsável pelo show de encerramento da décima edição do Amazonas Green Jazz Festival, no último sábado, dia 30 de julho. Ao lado de Rui Carvalho, maestro da Amazonas Band e diretor artístico do evento, eles celebraram a amizade e a parceria no palco do Teatro Amazonas.
Com mais de 40 anos de carreira, Leila também é pianista e compositora. Prestigiada nacionalmente pelo seu trabalho com a bossa nova, ela possui mais de 20 álbuns gravados, quatro deles gravados durante a pandemia, e já atuou ao lado de grandes nomes como Tom Jobim, Chico Buarque e Toninho Horta.
Natural de Belém, há sete anos que a cantora não vinha ao Amazonas. Para o show de sábado, junto com a Amazonas Band, ela trouxe o seu repertório consagrado junto com clássicos da MPB.
“Para mim, é muito especial estar neste festival porque é um reencontro com meu povo do norte. Tem muitas pessoas que ainda não viram o meu encontro junto com a Amazonas Band, que é sempre algo muito forte, no repertório trouxemos músicas brasileiras de compositores como Tom Jobim, Ivan Lins, Guinga, entre outros, além dos meus trabalhos mais recentes”, conta Leila.
Sobre a participação no festival, Leila também destaca o compromisso dos organizadores em construir um evento que coloca a Amazônia em destaque e alinha cultura, cidadania, sustentabilidade cultural e meio ambiente.
“Eu sou filha dessa terra, eu e Rui já tínhamos falado isso há muito tempo, que a ideia do festival deveria ser chamar atenção para essa Amazônia grandiosa, que infelizmente tem sido dizimada, e atrair as pessoas através da música para pensarem um pouco nesse contexto em que vivemos, principalmente para os que vivem em Manaus”, ressalta a cantora.
Segundo Rui Carvalho, a escolha de Leila para se tornar o ato de encerramento do festival não foi por acaso. O maestro desejava a apresentação de um artista que fosse representativo para a Amazônia e unisse os principais lemas norteadores do evento.
“A Leila, para mim, tem um grande significado. Por ser amazônida, ela está diretamente envolvida com as questões de preservação ambiental e cultural, que caminham lado a lado. Ela também representa alguém que é produto dessa Amazônia contemporânea, que tem um legado forte no passado, mas que também é voltada para o futuro. Quem não entender a força e o significado cultural da Amazônia, nunca vai entender o Brasil, então escolher a Leila teve esse intuito profundo de valorizar o lugar em que estamos”, explica Rui.
“Espero que a plateia tenha sentido a minha alegria de poder cantar com a Amazonas Band. Eu e o Rui criamos uma amizade muito forte e eu acho que o público sente isso. Fico muito feliz em encerrar o festival dessa forma e contente por ele acontecer mesmo dentro desse cenário, e também de poder trazer a Amazônia como centro dos debates”, declara Leila Pinheiro.
Créditos das imagens: Michael Dantas